PATRIMÔNIO OCULTO E FRAUDES NO SETOR PÚBLICO
O patrimônio que uma
pessoa física e jurídica compra legalmente vai vir notado com um documento.
Geralmente, uma escritura, uma nota fiscal, uma duplicata. Isso no âmbito
técnico, normal, legal.
No caso do
patrimônio oculto isso não acontece de modo algum, ele não é comprado nas vias
da legalidade, na verdade ele provém de lavagem de dinheiro, portanto, todo
patrimônio é um indicativo claro de fraudes, e na área pública isso é muito
comum. A PROVA que existe PATRIMÔNIO OCULTO é não ter DOCUMENTOS FORMAIS DE SUA
COMPROVAÇÃO, senão não haveria o crime.
Sempre, o PATRIMÔNIO
OCULTO, se prova por ausência de DOCUMENTOS HÁBEIS E IDÔNEOS.
No cruzamento de
dados da receita federal, é normal confrontar as declarações de imposto de
renda, com as supostas empresas que indivíduo possui, ainda com as possíveis
compras cartoriais que ele fez. Então neste confronto se compara a renda que a
pessoa tem, e se ela é compatível com os patrimônios que ela possui. No caso,
aqui estamos tratando da lavagem de dinheiro. No caso do patrimônio oculto, há
a posse oculta do bem, e não a sua legalização. Muitos políticos o fazem para
evitar que a receita os puna com impostos. Então, ficam usando patrimônio
oculto como matéria de enriquecimento ilícito.
Todo patrimônio
oculto que é uma riqueza, um bem, um móvel que alguém possui mas não está no
nome dele, todavia, é de uso dele, provindo de lavagem de dinheiro e propina, é
óbvio que constitui patrimônio oculto.
A lei que prescreve
este crime é a 9.613/98, ligada a lavagem de dinheiro, melhorado pelo
dispositivo 12.683/2012, que regula e
muito bem o conceito e infração de patrimônio oculto. Esta escrito no artigo segundo parágrafo primeiro: “Ocultar ou
dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente,
de infração penal.”, e também “Incorre na mesma pena quem, para
ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de
infração penal”
Muitos questionam as
provas de um patrimônio oculto, como pode existir algo se está oculto? Claro
que existe o ar e ele não aparece. Todavia, se há riqueza oculta como ela pode
ser de alguém. Há provas para isso? Claro que há, a prova que ALGUÉM, UMA
EMPRESA, OU UM POLÍTICO, POSSUI PATRIMÔNIO OCULTO, É O INDICATIVO DESTE SEM
COMPROVAÇÃO LEGAL, TODAVIA, COM O USO DO BEM ESSENCIALMENTE.
Se fosse uma
comprovação legal não seria oculta, a questão gira em torno do direcionamento
do bem para alguém sem documentação legal, provinda de propina, troca de
favores, conchavos, conluios, ou coisas que tais. É um tipo de fraude das mais
difíceis de se destacar, todavia, como dissemos é uma prova na qual não existe
O DOCUMENTO LEGAL, MAS O DIRECIONAMENTO FOI PARA A PESSOA.
Podemos dar o
exemplo de uma prefeitura, caso muito atual, no qual o prefeito recebia
propinas de empresas que tinham o monopólio das licitações, neste caso, ele
manteve um prédio que estava no nome de um “laranja” que não podia nem mesmo
comprar um apartamento. A promotoria percebendo os superfaturamentos e as
fraudes em documentos públicos, começa a investigar e no interrogatório, ele
entrevista o “laranja” confirmado por mais seis indivíduos disseram que o
patrimônio era do prefeito. Este alegou que não, todavia, as receitas do imóvel
iam para a sua esposa, havia e-mails de troca entre eles, tudo chegou no ponto
em que o Juiz pelo direcionamento da
questão, ainda, observando que realmente, pedreiros e contratados estavam na
mão do prefeito, tudo levou a crer que se tratava de patrimônio oculto desviado
do ente público. Além de ressarcir os cofres municipais, ele foi processado.
Claro que mesmo assim, depois de tudo, ele concorre para outra vaga de prefeito
naquela cidade. São as coisas da política.
Nos grandiosos fatos
analisados pela Lava-Jato a maioria dos condenados o foram por causa de
patrimônio oculto. As provas se ligam como planilhas, documentos
administrativos, documentos maquilados, nomes fantasias, testemunhos, e-mails,
ligação entre as informações para se chegar na causa do patrimônio oculto, ou
melhor no “verdadeiro dono” que não tem documento fiscal, todavia, a ele por
origens ilícitas de desvios financeiros do patrimônio público se chega
consideravelmente no aludido como dono.
Sempre foi no Brasil
uma febre, todos os políticos usam do dinheiro dos impostos para roubar do povo
e enriquecerem. TODOS ELES sem exceções. Logo, dizer que não haveria uma
necessidade de intervenção de outro poder contábil e gerencial que pudesse
barrar os mesmos não é estranho e muito menos excêntrico. Passa a ser uma
necessidade real. Com isso, podemos comprovar claramente que a gestão pública
não anda bem devido ao poder executivo, em conluio com o legislativo, contra as
empresas, mas a favor do monopólio de compras de licitações, e acordos
financeiros.
Se não tivéssemos
tanta corrupção realmente poderíamos investir mais dinheiro para o beneficio do
povo, e o melhoramento dos serviços públicos, são péssimos. Aí se põe a culpa
nos empresários. Ou no cidadão comum. Virando aquela bola de neve que nós temos
que manter o prejuízo público para favorecer a ideologia partidária de facções
públicas que compram o voto da miséria humana, e tentam aplicar sistemas que
nunca deram certo em lugar nenhum, e ao contrário provocam mais empobrecimento
e vício da sociedade, que acaba entrando na fase primitiva destruindo os seus
valores culturais.
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