DILUIÇÃO DO CONHECIMENTO

A PRESSA aliada à IMPERFEIÇÃO DOS SERES, leva a um retrato de EXTREMA ARROGÂNCIA, e de um advento do SALOMISMO, onde se sabe tudo citando ao menos MEIA DÚZIA DE AUTORES. E portanto, criamos o verdadeiro ARGUMENTUM AD IGNORANTIA, no qual tudo aquilo pouco que se sabe (que é muito pouco por sinal),  faz o individuo achar que outros não podem saber mais, pelo círculo limítrofe daquela limitada “sabedoria” que estão embutidas as suas noções. 
Ou seja, é o mesmo que dizer de pessoas que leem poucos livros, e pensam que todos estão errados, porque não fazem citações com base naqueles conteúdos parcos que elas dominam.
E temos o PEDANTISMO, atrelado ao ORGULHO; alguns são doutrinadores de aparência, não leram os clássicos, não escreveram em lugar nenhum, não tem reconhecimento em lugar nenhum, mas se consideram superiores em OBRA, embora a experiência não represente nada, quando não se sabe nada e tão pouco se pode publicar.
Os ARTICULISTAS sem envergadura são campeões em se considerar autores de obras, sendo que na verdade diluíram a sua autoria com oito ou dez mãos, e não mantiveram uma ideia nova, e nem um teste real de autêntica hipótese em alguns de seus artigos. 
Neste meio termo aparecem os OPORTUNISTAS, os que querem um momento de fama, em se fazer um questionamento sobre algum ponto, que mal entendido pela incapacidade mínima do questionador em verificar o objeto da proposição, já se auto-intitulam FORMADORES DE OPINIÃO, pela própria pergunta que estão fazendo. Terão obviamente o seu minuto de fama, mas este passará porque a falta de consistência, atrelada a uma base muito fraca, não permitirá que os espíritos imaturos consigam a performance necessária.
E ao lado disso, aparecem os criadores do nobre conhecimento cuja obra não se conhece, cuja articulação não se tem organização, e se pensam que quase ninguém sabe por falta de informação. 
Às vezes os mais citados não são os mais conhecidos, e muitas vezes os mais conhecidos não se preocupam com as aparências. Mesmo assim, claramente, surgem aqueles messias do conhecimento, que tentarão ser os mais famosos em títulos, mas cuja frustração, atrelada ao orgulho, e a ganância, mostrará que  serão mais um bando de tentadores sem fortaleza de seus conhecimentos, porque não estão embasados em virtudes, mas no desejo artificial de aparecer.
Um dos maiores autores do conhecimento que foi São Tomás de Aquino, dizia claramente que a sabedoria só se obtém com a humildade, virtude cardeal consagrada por Santo Agostinho.
O contrário disso é maligno.
Na minha vida de aluno eu tive muito bons professores alguns poderei mencionar mas faria talvez injustiça de citar alguns; embora, tenha alguma coisa no campo do conhecimento, hoje não me arvoro sabedor de nada, enquanto os proprietários do SALOMISMO,  e do autêntico PEDANTISMO, os “líderes dos jornais” que não possuem matéria senão a esparsa da internet, estes sim devem ser os mais “respeitados”.
Eu cometi erros na minha vida de aluno, por imaturidade, alguns professores me perdoaram, uma minoria creio que não, mas me arrependo muito de ter comungado com estas posições egoístas que no fundo não levam ninguém a nada, apenas separam as gentes, e promovem disputas, que não são verdadeiros debates na visão gnosiológica da autêntica dialética.
O nível ou a comparação de níveis é muito grande, mas a produção de muitos é pequena, e o desejo ou o afã de ser melhor está crescendo por sobre a virtude interna do verdadeiro saber, hoje a profissão de CIENTISTA DE CASCA, só pode ser considerada a mais tentada em toda a internet.
Claro que há inúmeras exceções, mas o advento da internet e notícias do computador, prejudicou e muito o interesse também da verdadeira ciência. A diluição das informações. O pensamento que sabendo uma ou outro sigla, uma ou outra questão, parcialmente, já encerra o saber, a troca da sabedoria por meros dados, é o que está presente hoje. A inversão, mesclada com todos os maiores erros de raciocínios, estão crescendo cada vez mais,  e o que nós nos transformamos é meros espectadores deste teatro de regressão cultural e destruição do poder interno do conhecimento, que tinha que existir com a humildade e não na sua exclusão.
A internet transformou muitos autodidatas em personalidades conhecidas, mas pulverizou, aqueles que possuem alguma informação como portadores do saber, rechaçando totalmente a base formal, transformando a estrutura consagrada da escola como se fosse sofista, e eles sim os portadores da ciência. Este engodo fez nada mais do que o contrário, e eles se transformarem naquilo que eles são. 
Ora se critica a arrogância da academia, e o seu ponto de visão geral, porque não fazem melhor? Não. Eles não têm obras, não têm artigos, não têm conhecimentos, não tem nada, e mesmo assim, se consideram melhores aos que possuem.
 Não seria mais interessante concretizar a crítica com uma produção, ou apelando para pontos que deveriam ser melhorados? Este é o melhor caminho. 
Quando critico alguma coisa, apresento a solução. Quando faço uma crítica à academia é de pontos reais de sua política. Mas não posso negar que sou  um dos filhos da Universidade, que pertenço a ela, e quero que ela melhore, e não seja uma inquisição melhorada, com bases ideológicas, disposta a aprovar os filhos dos amiguinhos, e conceder títulos às amiguinhas por trocas indecorosas, pregando-se amoralmente o conhecimento livre, embora eles sejam proprietários de todas as cadeiras. Isso eu sou contra. Mas não faço a mesma coisa para solucionar o que não se pode com este método. Não faço o que sou contra. E não posso tomar veneno dizendo que é remédio.
Portanto, estes são os verdadeiros desvios que vemos hoje, alunos que são portadores de todo o saber, professores que não permitem o crescimento dos alunos, extremos de ambos os lados, e a diluição na internet, que melhorou num ponto mas piorou no outro, embora o equilíbrio seja o mais salutar; o que vemos hoje é mais dispersão do que unificação dos conhecimentos.
Sem dúvida, se eu não tivesse bons professores, que realmente me incentivassem, como o fizeram, e hoje os trato com profundo respeito, não chegaria na metade do que sou hoje. A eles devo a minha vida profissional.
Tive os meus defeitos que me arrependo muito de os tê-lo feito inconscientemente, embora, tenham sido uma impressão da imaturidade. Àqueles a quem eu ofendi, sempre peço a Deus perdão! E peço o meu perdão em forma de amizade.
Mas é triste ver prováveis profissionais de ensino fazendo tudo quanto é maracutaia para promover redução de seus alunos, alguns nem professores são e sem consideram os donos da verdade, outros são os salomões da verdade oculta, e neste intervalo de tempo a digressão cultural avança muito rapidamente. O retrocesso é cada vez mais rápido e maior.
Eu não posso esquecer aqueles que me ajudaram direta e indiretamente, como nunca os esqueço publicamente ou em minhas orações.
A verdade é que é bonito vermos um equilíbrio entre os alunos e professores, o complicado, feio, e ultrapassado, é reconhecer que infelizmente esta disputa ainda existe em nosso conhecimento, e em nossa academia, os salomões, com os sábios, os sofistas com os autênticos amantes do saber, os verdadeiros contadores com os falsos, e neste amalgama todo, o que se reitera é a desconfiança, e o desrespeito, de uma babel que ninguém falando a mesma linha deixa uma obra geral inacabada, apenas para as outras gerações as verem e dizerem: “aquilo nunca terminou, é uma obra feia, e nunca vai acabar”.
É bonito e é salutar vemos este crescimento mútuo, este incentivo entre professor e aluno, aluno e professor, o triste é a guerra oculta que se trata da parte dos que odeiam a virtude, e misturam o saber técnico e tecnocrata, com a vaidade e a soberba, a falta de respeito e educação, os vícios cognitivos com a lógica, e com isso nós estamos decrescendo mais, indo para os últimos lugares do conhecimento humano. 


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