DIA 22 DE SETEMBRO: DIA DO CONTADOR
Prof. Rodrigo Antonio Chaves da Silva
Membro da escola neopatrimonialista, imortal da
Academia Mineira de ciências contábeis, ganhador do prêmio internacional Martim
Noel Monteiro
1 – O profissional
contador
O que é o contador? É o profissional que registra, estuda,
avalia, interpreta e cria um modelo de eficácia e prosperidade das riquezas
aziendais. Essas públicas, privadas, das empresas e instituições, das famílias,
e associações. Não interessa qual célula social, nós contadores iremos sempre
registrar seus fatos, e explica-los para o bem do homem e da sociedade.
Foto: O contador
Fonte: www.contabmais.com
Não é apenas uma ciência mas uma profissão (existem
conhecimentos que não são profissionais, por tal a extinção da cadeira, em
alguns casos), obstante, o grande zelo de reunião e agremiação, desde 1916 no
Brasil, por liderança do grande patrício Francisco D`auria.
Foto: Professor Francisco D`auria, primeiro enciclopedista brasileiro, criador da primeira corrente de pensamento contábil nacional.
Fonte: site do conselho regional de contabilidade de São Paulo.
Este profissional sempre existiu em todas as eras e todos os
povos.
Nunca se ouviu dizer
que em alguma sociedade se preteriu ou deixou de existir a figura de um
contador, tenha o nome que tiver (pois, este profissional se nominou de outras
formas durante a fase antiga).
O seu objeto é a
riqueza das células sociais.
Com mais detalhes, este objeto é chamado de PATRIMÔNIO.
O termo patrimônio vem de pater
dominium que é igual à “riqueza do pai”, deveras verdade quando
confrontamos a origem histórica e antológica do termo ligada às riquezas
deixadas de pai para filho, ou depois às riquezas da prole, ou mesmo das
gentes, que permitiam que as futuras gerações administrassem os bens.
O patrimônio conforme comprova Alceu Lima é uma riqueza que
começa nas famílias, portanto, esta como associação religiosa e social,
mantinha um patrimônio numa economia livre desde o início dos tempos.
Aqui transparece que sempre existiu o homo economicus, porém, volvido à ratio, isto é, às contas e razões de gestão de um patrimônio.
A primeira conta, destarte, foi os desenhos nas cavernas,
estes os mais antigos registros do pensamento humano em todos os tempos.
Mas a contabilidade e o contador vêm de muito antes.
Masi em sua obra “La Ragioneria
nella Antichità” fala muito bem que Deus eterno foi o primeiro contador no
momento que dera um patrimônio para que Adão e Eva o administrasse. Ele cita o
Gênesis, como as origens do nosso conhecimento ligada à origem cosmológica, e
do espaço-tempo. A origem do homem é a mesma da contabilidade, pois, o
pensamento que o criou também era assim.
Desde o início, o homem, em sua família, gerenciava os
patrimônios.
Portanto, os entes sociais: patrimônio, e a família, são entes sociais indestrutíveis. Eles
SEMPRE EXISTIRAM neste mundo.
O vocábulo “contador”, há notícias, nasceu por um decreto de
um rei espanhol no século XVI, que dizia “quiero que mis contadores”, todavia,
a origem mais remota da palavra “contador” vem do português.
A tese muito bem explicada vem do nobre contador Alberto
Almada Rodrigues.
O mestre bem dizia que quando aqueles profissionais iam
prestar contas na época de Dom Diniz do reinado de Portugal, se lhe davam o
nome de “contador”.
A forma que se prestava as contas era por meio de audiências,
estes mesmos profissionais então eram chamados de “auditores”, palavra que vêm
de “audiência”, ou “audito”, isto é, “ouvir”.
E como eram especialistas ao mesmo tempo, experts, se lhe
nomeavam de “peritos”.
Portanto, os termos “peritos”, “contadores”, e “auditores”
quase nascem ao mesmo tempo, permitindo-nos uma alumiação mais clara: do
contador, ou da palavra contador, proveio as outras duas, para lhes designar a
especialidade.
Destarte, a técnica de especialista esteve sempre ligada ao
termo contador, tanto assim o é, que os contadores no dizer do português de
Portugal são nomeados como “contabilistas”.
Contabilistas é o termo técnico de “ESPECIALISTA EM
CONTABILIDADE”.
Por isso, é uma adjetivação que vem depois da palavra
contador, ou do profissional contador, e não antes.
Por lá, no país mãe do Brasil, se chamam “técnicos oficiais
de contas”, ou “contabilistas certificados”, logo, “especialistas em contas” ou
na “contabilidade”.
Contador é o profissional, especialista é o contabilista,
muito bem desenhado pelo sufixo “ista” o mesmo que gera a palavra
“especialista” (há uma versão que o contabilista seria o “técnico em
contabilidade” em certo termo poderia ser, porém, o auditor, e perito, como são
especialistas também o são; desconhecemos a colocação da palavra “contabilista”
exclusivamente para uma técnica e sim para uma especialidade).
2 - Antes
do contador...
Antes, no início das eras, os nomes não eram bem definidos
como “contador”, mas este profissional sempre existiu.
Primeiro na Suméria, era nomeado como “escriba”; quem é este
técnico? Aquele que anota, registra, e escreve, com acurada técnica, os
fenômenos patrimoniais das aziendas ou células sociais.
Sempre se necessitou de escribas. A escrita comum não
existia. A que veio primeiro é a escrita contábil, e logo o profissional da
contabilidade, aquele que “domina a escrita” para a gestão dos patrimônios.
Foto: O escriba.
Fonte: Jstor.org
Em Grécia antiga o contador se chamava de LOGOTETA, que era o
contador geral, ou ARGENTARIUS, o contador financeiro, aquele que lidava
especialmente com os cálculos de câmbios e com a moeda, até mesmo o bancário, ou
o que lidava com os metais preciosos.
Aristóteles tinha uma forma interessante de nominar o contador, dando a
ele no nome de “ecônomo”, ou mesmo “homem magnânimo”.
A Igreja fez prevalecer tal ideia, quando nos conventos e
casas religiosas, o sacerdote que é responsável pelo patrimônio, sendo um tipo
de contador, cuidando da tesouraria, se chama de “padre ecônomo”.
Em Roma o termo evolui de maneira drástica, pois, o contador
agora é o rationus, aquele que lida
com a razão.
Todavia, o termo razão é um dos livros da contabilidade,
logo, a apuração dos códex, ou seja,
dos documentos contábeis, amparados por forte teor legal, especialmente no que
tange à res, isto é, à riqueza, ou às
coisas patrimoniais.
O termo contador então começa a crescer no século XIII de
origem portuguesa.
3 - A
palavra contabilidade
A palavra contabilidade em uma tradução simplista poderia se
interpretar como “habilidade de contas”.
Isso é muito pouco para esta ciência.
O radical conta, do latim é o mesmo que ratio, e o mesmo que logos
do grego.
Ora, tais termos respectivos são significantes de “contas”
mas igualmente das palavras “razão” e “conhecimento”.
A palavra contabilidade então poderia ser traduzir como uma CIÊNCIA
DA RAZÃO, não qualquer razão ou raciocínio, mas uma razão volvida ao patrimônio
das células sociais, aos comportamentos gerais das riquezas.
Logo a palavra CONTABILIDADE SIGNIFICA A CIÊNCIA NO MAIS ALTO
GRAU.
Tanto assim o é, que os italianos como os contadores mais
cultos do mundo, foram os primeiros a mudarem o termo contábil e dar ele um
significado muito maior.
Quem foi o responsável por tal fato se chamava Francesco Villa.
Era ele um autor premiado, escritor renomado, contador
público de Lombarda, do reino Italiano, e ademais o primeiro doutrinador da
nossa ciência, criando a sua teoria do materialismo substancial.
Percebendo o grande doutrinador que a nossa ciência estava mais
próxima da razão patrimonial, ou do raciocínio por excelência, que simplesmente
a parte matemática, ou de registro, resolveu trocar o nome científico para “RAGIONERIA”.
Para ele a contabilidade como ciência, ou como um conjunto de
conhecimentos seria a ragioneria.
Se fossemos entender, o termo “ragioneria”, é o que mais se aproxima
daqueles que mencionamos: razão e logia, ou ratio e logos, por uma
questão fundamental.
O italiano é a língua mais pura provinda do latim, isso é
fato.
Portanto, para o italiano a contabilidade não é apenas contabilità, esta como levantamento, ou
conjunto de contas, ela é um conjunto de conhecimentos evoluídos e sublimes, uma
ciência por excelência, aquilo que nominamos como ragioneria.
Numa análise sintática, seria “ria”, igual a “instituição”, e
“ragione”, vinda da “razão”, o mesmo “ratio” dos romanos ou “logos” dos gregos.
Logo, como dizia o grande Vincenzo Masi, a ragioneria como tal, fora-lhe devolvida
a grandeza de ser uma ciência por si, uma ciência da razão sublime dos
fenômenos patrimoniais, a mesma outorga superior dada pelos júri-consultores
romanos, ou pelos filósofos gregos.
4 - Os
símbolos da profissão
Em contabilidade temos vários símbolos representantes como o caduceu, o deus Hermes, as tábuas da lei,
São Mateus, o anel, entre outros, todos estes correlacionados.
O CADUCEU DE HERMES, na realidade, é o ELMO DO DEUS MERCÚRIO.
Este tinha a capacidade de voar, de aparecer e desaparecer, e
tinha o grau de INTELIGÊNCIA MÁXIMA.
Hermes, dos deuses, é também chamado de mercúrio, é o mais
veloz (até nos personagens em quadrinhos é apresentado como o portador da
máxima velocidade) dos deuses.
Mas também é O DEUS DO COMÉRCIO, ou DAS RIQUEZAS, logo da casa patrimonial, da verdadeira
economia em stricto sensu, pois esta
palavra significa “gestão do patrimônio”.
Hermes também é O DEUS DA INTELIGÊNCIA.
Foto: deus Hermes.
Fonte: Pinterest.com
Interessante, que dele veio a palavra HERMENÊUTICA, que
significa CIÊNCIA DA INTERPRETAÇÃO.
Mas mais interessante ainda é que A PALAVRA INTERPRETAÇÃO VEM
DA CONTABILIDADE.
Os romanos nos seus mercados, para favorecer a um melhor
preço gritavam para além das suas tendas, o valor de estima de suas
mercadorias.
Aqui surge a palavra intepretação vinda do mercado contábil, então, “inter” como
“para fora”, “pretação” vem de pretiatione,
isto é, “precificação”, ou “dos preços”, logo, “para fora dos preços”, o mesmo
que “para fora dos preços da tenda”, ou seja, para além das barracas limites,
se gritava para fora os preços.
Embora seja uma palavra romana, ela se encontra com o mesmo
termo de Hermes, ou seja, hermenêutica, e ao mesmo tempo o termo “HERMÉTICO”
quer dizer “fechado”.
É mais uma explicação interessante que vamos dar.
A lógica pelos
gregos era representada por um CÍRCULO FECHADO, representativo da perfeição, de
algo “redondo”, isto é, sem defeitos, ou certinho.
Portanto, o logos que gerou o radical contábil também produz
os termos lógica e logistike. A primeira uma ciência teórica, a segunda
palavra exprime uma ciência prática, ou melhor dizendo uma arts.
Em verdade, a logistike
é a técnica contábil aplicada à mensuração das riquezas, falava abruptamente em
Grécia antiga, todavia, cognato que
favoreceria o mesmo significado da contabilidade.
A LÓGICA é A CIÊNCIA DA RAZÃO, a mesma forma radical que
significa a contabilidade, não esqueçamos da explicação anterior, a
contabilidade significa etimologicamente a mesma coisa.
Logo, é do mesmo termo HERMÉTICO, que temos as ligações com a
lógica e logistike, todas palavras
para significar o Hermes da contabilidade, e o próprio radical grego da palavra
que significa a nossa profissão.
Mas voltando, Hermes tinha o poder, logo, o bastão seu representa A AUTORIDADE.
Igualmente o contador, a sua assinatura é poder, representa a
autoridade para comprovar uma riqueza por um balanço, ou um parecer sobre um
patrimônio ou matéria contábil. A assinatura contábil é representativa legal de
autoridade, estima e poder.
O seu caduceu que é
o seu capacete, é o seu representativo de INTELIGÊNCIA.
Foto: Caduceu de Hermes.
Fonte: dicionariodesimbolos.com.br
As serpentes entrelaçadas,
consideradas como a capacidade de diagnosticar o seu objeto, a riqueza, a mesma
função SEMIOLÓGICA, pertencente à medicina, pois, os corpos patrimoniais, favorecem
à vida das células sociais, ou aziendas, por este motivo, seu sentido.
O contador tem a capacidade de diagnosticar o estado
patrimonial, e consequentemente, a vida da célula social.
Alguns filósofos como Olavo de Carvalho retratam este
significado como próprio da dialética, que é a principal arte da filosofia em
procurar a verdade, a arte da discussão, a arte de escolher as melhores
alternativas e vias, e por tal, a propriedade pela ciência do patrimônio em
excelência.
O contador procura dialeticamente saber qual é o melhor
modelo patrimonial e de comportamento da riqueza para a PROSPERIDADE.
Estes são os principais significados do caduceu e de Hermes, representativos
da nossa ciência e classe.
Todavia, vamos mais a fundo, as tábuas da lei, as mesmas
simbolizadas na bíblia dadas por Moisés representam A REGRA, e O DIREITO.
Foto: As tábuas da lei sagrada.
Fonte: cleofas.com.br
Ora o contador sempre exerceu a sua profissão com zelo, em respeito à ordem, à democracia, aos costumes sociais e ao direito.
Isso revela também a ligação com a ciência jurídica, mas ao
mesmo tempo a ligação com a lei, cuja essência é divina e não humana, mas os
homens a mantiveram para fazer permanecer os bens, e os valores espirituais, em
consciência, e em prática.
Esses mesmos símbolos estão NO ANEL DA PROFISSÃO: o caduceu
do lado esquerdo, e as tábuas da lei no lado direito.
Foto: Anel da profissão contábil
Fonte: Site do conselho regional de São Paulo.
O anel da profissão simboliza o bacharel em ciências
contábeis, isto é, formado, ou com a formação em ciências contábeis.
Os brilhantes de
diamantes, ou pedras preciosas, representam o valor, e a riqueza.
O anel é de ouro
amarelo e branco, representativos da riqueza e do valor, igualmente, da
pureza.
A cor amarela é a
mesma que designa as ciências econômicas
nos países de língua castelhana, no Brasil é diferente é a RUBELITA, mas a cor
do ouro, é a mesma, significante das nossas becas em outros países.
Por quê a rubelita, ou o rubeslite em nossos país? O que é
esta cor? É o rubi rosado. Isso por
duas razões. A primeira é a ligação com
o direito, a segunda ligada à primeira: quando a doutrina contábil se
formou, ela se fez em doutrina personalista, graças a Carlos de Carvalho, neste caso, a influência doutrinária fez com
que a pedra preciosa que estivesse ao centro do anel, fosse parecida com o
centro doutrinário que regia a contabilidade na época. Isso aos auspícios do
século XX. Como o personalismo é uma doutrina que liga a contabilidade ao
direito, ficou sendo não o rubi que é do direito, mas a rubelita, ou rubeslite,
alguns dicionários trazem rubislite, o que é o rubi rosado.
Somente no Brasil se usa essa cor ao que parece.
Uma outra versão, esta nossa, seria a que está ligada ao teto
da Academia de Bolonha, a mesma Academia
degli logismofili cujo teto era pintado rosado, e a figura de Hermes
também, o que daria a cor rubelita. Algo dessa informação pode ter gerado o nosso
rubeslite.
A cor é o rubi rosado, e não o rosa em si, rosa claro, rosa
forte, mas um rosa avermelhado.
No entanto, fora as hipóteses e as versões, a base
doutrinaria é a mais forte de todas elas, essa é A PEDRA que centraliza o anel
do contador.
Infelizmente, o ministério da educação usa a pedra Turmalina
Roxa, que não sabemos a causa, e nem o significado dentro da contabilidade.
Assim são os anéis dos
bacharéis. Dos que detém o conhecimento de um CONTADOR.
5 - As
ciências contábeis
Muitos poderiam se perguntar por que dizemos ciências
contábeis, e não ciência contábil.
Ambas formas todavia, estão corretas. Mas há uma melhor? Isso
requer uma explicação minuciosa.
A nossa ciência é uma só, a do patrimônio, ou a contábil.
Ciências contábeis seriam várias? Poderia até ser, por tal
daremos algumas interpretações desse termo plurista ou coletivo.
Uma delas é que para
se formar a ciência contábil na modernidade se misturou muitas matérias cientificas, como a matemática, o
direito, a economia, a organização, a administração, o registro, a sociologia,
dando a visão das “ciências contábeis”.
Outra é muito parecida, é a que expõe que sendo uma ciência
única, muitas foram as doutrinas que
misturavam o seu corpo científico também.
Temos outra explicação que poderia ser ligada igualmente, à confusão do objeto da contabilidade, hora
como conta, como registro, como informação, como riqueza, como direitos e
obrigações, como controle, como azienda, como o equilíbrio, até chegar no
patrimônio, e esses conjuntos de visões gerais, dava uma visão de “ciências” e
não “ciência”.
Mais uma que seria corruptela, é que haveria diversas
“ciências contábeis”, o que é errôneo, na verdade houve diversas misturas com
as matérias, e muitas doutrinas sobre os objetos, e não necessariamente
diversas contabilidades diferentes.
Outra, seria ligada pois à diversidade de tecnologias e
aplicações, que poderiam dizer “as ciências contábeis”, ligadas ao
levantamento, auditoria, orçamento, estratégia, pericia, setor público,
atuaria, matemática financeira, seguros, modelação de comportamento,
controladoria, gestão, etc. Assim vários tipos contábeis, vindas da
contabilidade geral ou patrimonial.
Esta última é mais
normal no SENTIDO DE APLICAÇÃO.
Todavia a explicação que mais nos cabe fazer, pela força filosófica
é a mesma que gerou a obra “A Contabilidade como doutrina científica”
de Erly Poisl.
Foto: A obra do Contador Erly Poisl.
Fonte: Skoob.com.br
A obra foi colocada por três problemas colocados pelo então
presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis, o filosofo
contabilista José Amado do Nascimento.
O mestre perguntava em reunião do grêmio intelectual:
Por quê CONTABILIDADE?
E por quê CIÊNCIA?
E por quê CIÊNCIAS CONTÁBEIS?
Nisto o mestre escreve o seu livro deduzindo e concluindo que
o termo “ciências contábeis” se qualifica porque é uma ciência que tende ao
infinito.
Ou seja, quer dizer É UMA CIÊNCIA QUE QUER MUITO e PODE MUITO.
Logo, dizemos ciências biológicas, ciências jurídicas,
ciências matemáticas, ciências atuarias, ciências administrativas, ciências
sociais, ciências econômicas, ciências físicas, ciências químicas, ciências
geográficas, ciências informacionais, ciências históricas, para designar o
“muito” ligado a estas ciências.
Em outras palavras dizer ciências contábeis seria o mesmo que
ELEVÁ-LA AO INFINITO, isto é, dizer que ela quer e pode muito, que ela é ampla,
e totalmente holística.
6 - O
padroeiro da contabilidade: São Mateus
Dos santos Evangelhos o de São Mateus é o maior e o mais
completo, por isso lhe chamam de o mais inteligente dos evangelistas. Na
prática isso é real, o único formado era São Mateus. Ele era um contador.
E era um contador tributário, vulgo, coletor de impostos, UM TRIBUTARISTA, em outras palavras.
Foto: São Mateus escrevendo o Evangelho
Por um fato muito interessante que vamos explicar,
pertencente à sua época.
A primeira sociedade existente na história da humanidade
regulada em direito romano, era a societates
vectigalis ou vectigalium.
Conhecida era também como societates
publicanorum, ou traduzindo: a
sociedade dos publicanos.
Os publicanos eram coletores, ou contadores coletores de
impostos, aqueles que faziam a arrecadação para o Estado romano.
Esta fazia a arrecadação terceirizada ao tesouro romano, o
chamado fiscus.
Do fiscus a riqueza
ia ao Erarium que era a riqueza do
tesouro, esta pertencente ao imperador.
Mas as sociedades vectigalium
eram postos de arrecadação, ou melhor dizendo tipos de ESCRITÓRIOS DE
CONTABILIDADE.
Funcionavam como escritórios, que escrituravam e cobravam os
impostos.
Como é até hoje, nós trabalhamos coletando impostos para o
Estado, naquela época também, com uma EXCEÇÃO, os coletores e contadores
tributários RECEBIAM UMA COMISSÃO PARA A CONTABILIZAÇÃO, nós fazemos tudo DE
GRAÇA para o Estado, sem recebermos um tostão.
De cada 100% arrecadados cerca de 25% ficavam nas mãos dos
coletores. Essa era a comissão.
Todavia, para o povo judeu eram figuras odiosas, pois, os
tributos que eles cobravam faziam para dar mais, ou seja, cobravam por fora, e
de maneira injusta, isso os judeus coletores, fazendo uma multiplicação por 4,
para que fosse devido 100% de uma grandeza.
Ou seja, se fossem 10 moedas o imposto, elas cobravam 40.
Davam 7,5 para o Estado romano, contabilizando as 10 moedas, ficavam com a
comissão e mais os 30 restantes.
Assim enriqueciam muito fortemente à custo dos impostos que
arrecadavam de maneira injusta, e sem nenhum tipo de fiscalização por parte do
Estado.
Além da comissão que seria de 10, elas conseguiam na verdade,
pegar para si 3/4 cheios, mais a comissão.
Isso os fraudadores judeus, que assim praticavam,
infelizmente, comumente.
São Mateus era
coletor de impostos, contador, mas não fazia isto, praticava a sua
profissão com zelo e respeito a Deus. Mas muitos de seus colegas faziam tal
multiplicação, fazendo o povo odiar o Estado romano, e ainda por cima,
enriquecerem os coletores de maneira rápida e injusta.
Foto: São Mateus, o evangelista, apóstolo de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Fonte: blog do ministeriobbreia
Eles cobravam a sua comissão e mais um tanto que era de quatro
vezes.
Por isso que quando Zaqueu um coletor de impostos se converte,
vendo o grande mestre, ele diz claramente: “de quem eu roubei devolverei 4
vezes mais”. Por quê “quatro”? Não foi à
toa. Porque se o imposto era x, 25% era comissão do coletor, então para se ter
mais, eles multiplicavam por 4 para dar uma grandeza de 100%, pegando a
diferença enorme para si mesmos. O quatro então era a prática de fraude, ou o
aumento feito indevidamente. Tudo se ajustando na versão que estamos contando.
Essas técnicas fraudulentas eram aplicadas na época romana e
pouco auditadas, no século V, o Estado romano abole esta sociedade, e cria
outra para que se pudesse arrecadar corretamente o valor por conta de
funcionários do Estado e não terceiros.
Mas a prática de arrecadação por conta de terceiros, continua
até hoje, como vemos nos escritórios de contabilidade.
Em outras palavras ali nasce o escritório, com fins públicos,
embora, sem auditoria, vemos que a prática de fraude pode ser comum por parte
de pessoas que não tem o costume adequado dentro de padrões éticos,
independentemente de religião, mesmo aplicando a nossa técnica.
Interessante é notar que o padroeiro da nossa profissão, numa
ótica cristã, sendo São Mateus, se
comemora dia 21 de setembro, e no dia 22 seguido, o dia do contador.
O dia do santo é quase
o dia da profissão e isso devemos nos orgulhar.
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