A CIÊNCIA CONTÁBIL
O universo em
sua incomensurável grandeza, sempre foi e é motivo de curiosidade e
investigação aos olhos humanos, que tentaram buscar a reposta de sua existência
e a razão de seus fenômenos.
Na tentativa de
explicação dos fenômenos dessa realidade surge o conhecimento.
O conhecimento é
a tentativa de explicar ou buscar a razão de alguma coisa ou de algum
fenômeno, tendo a verdade como seu principal objetivo.
Os grandes
autores dividem o conhecimento em duas fases:
- Empírica
- Cientifica
Sabemos que em
todos os ramos do saber, o Conhecimento passou por uma fase inicial, de
experimentação e de busca de raciocínios mais estáveis.
Na fase
empírica, vemos a presença de um conhecimento parcial e frágil que não encontra
a perfeição ideal, denotando um apego exagerado à forma e a prática.
O conhecimento
cientifico, por sua vez, penetra na essência do fenômeno, buscando suas
condições, relações, descrições e explicações, com uma validade que ultrapassa
o tempo e o espaço.
Todas as
ciências passaram pela fase empírica (que se caracterizava por um apego a forma
e a parte mecânica apenas), até conseguirem ostentar um conhecimento mais
racional-explicativo como é o Cientifico, que em se tratando da Contabilidade
seria marcante do século XIX em diante.
A riqueza sempre
esteve presente na civilização (seja ela organizada ou não), inspirando em
muitos a racionalização de seus fenômenos com suas causas e efeitos no mundo
social.
Na fase empírica
da Contabilidade, temos registros contábeis de 27.000 atrás, na época da pedra
lascada quando o homem procurava representar o objeto Contábil através da
escrita.
No Egito antigo,
a Contabilidade auxiliava a administração governamental em suas decisões.
Também na
mesopotâmia, a escrita Contábil estaria presente devido ao alto nível de
práticas comerciais, inclusive esta região estaria incluída no conjunto de
regiões que praticavam fatos extraordinariamente contábeis, cujo apelido era
“Fértil Crescente”.
Temos traços
Contábeis nítidos, na Grécia e Roma antiga na Gestão Pública.
Todos esses
feitos e muitos mais pertencem à fase empírica da Contabilidade onde o ser
humano não explicava consistentemente as relações e proporções do objeto, mas
apenas informava o que se passava na riqueza.
A prática
sobejada de representar a riqueza na sua quantidade e qualidade e não explicar
os efeitos potenciais do objeto representou a fase empírica.
O homem sabia “o
que” e “quanto” mais não sabia “o porque”, que aquilo acontecia na riqueza.
O homem, não
distinguia a informação daquilo que ela demonstrava.
Por isso o
Contador era representado pela figura do “escriba”, pois apenas registrava e
produzia informação, contudo, sem explicar o que ela representava.
Embora não
alcançasse o ápice do conhecimento, todos os esforços são louváveis, devido à
tentativa da busca da verdade, que ocorre com o tempo e evolução do intelecto
humano.
Na busca do
raciocínio lógico e organizado da Contabilidade temos personagens de egrégio
valor entre eles; Abdullah Ibn Mohammed ibn Kya al, Benedetto Cotrugli, Luca
Pacioli, Ângelo Pietra, Giovanni Antonio Moschetti, Ludovico Flori, Bastiano
Venturi, Matthieu La Porte, Edmond Degranges, Giuseppe Bornaccini, Giuseppe
Ludovico Crippa e muitos outros, que fazem parte dos períodos literário e
pré-científico da contabilidade, pois na tentativa de explicar o objeto, se
cerceavam mais na informação sobre este.
Todos este
autores e muitos outros produziram obras de valor com um singular teor
cognitivo ultrapassando até o pensamento de sua época (que caminhava para o
científico).
A fase
cientifica da Contabilidade inicia-se com R.P. Coffy (1840), francês
pertencente à Academia de Ciências da França, que em sua obra definia a
contabilidade como a ciência da Riqueza organizada.
Logo após este
insigne autor temos Francesco Villa, contador Italiano residente da cidade de
Milão que em 1840 lançava a obra “La contabilitá applicata alle administrazione
private e publiche”, que recebeu honras Acadêmicas e premiações públicas; o
teor de sua obra procurava explicar os aspectos da contabilidade definindo-a
como ciência da riqueza que buscava a essência de seus fenômenos e não apenas a
forma de representá-lo (informações contidas na conta e Demonstrações).
A obra de
Francesco Villa (1840) marca a contabilidade Cientifica (que só se limitava à
informação), para a busca da substância do seu objeto.
Seguindo o parâmetro deste autor, diversos outros,
demonstravam o seu pensamento cientifico entre eles; Francesco Marchi, Giuseppe
Cerboni, Giovanni Rossi, Fábio Besta, Carlo Ghidiglia, Eugen Schmalenbach, Leo
Gomberg, Alberto Ceccherelli, Gino Zappa, Pietro Onida e muitos outros que com
seus gigantescos intelectos garantiram níveis de qualidade à Contabilidade.
Na fase
cientifica da contabilidade, temos diversas doutrinas de valor, todas com
aspectos diferentes, porém tentando buscar a verdade sobre o objeto Contábil;
basta lembrar que durante esta busca, a Contabilidade, foi severamente
confundida e até mesmo mesclada com o Direito, Administração, Economia,
Matemática e até com a informação na vetusta fase empírica.
A doutrina que
mais ganhou adeptos devido ao nível Epistemológico de seu teor; foi o
Patrimonialismo de Vincenzo Masi, cuja primeira exposição de suas idéias foi em
1926 da Revista Italiana de Contabilidade.
A contabilidade
desferiu sua real qualidade, através deste mestre que especificou o seu objeto,
explicando os seus aspectos e Estruturas, os campos de observação e a análise
dos seus efeitos no mundo social.
A riqueza, como
já dissemos, sempre esteve presente nos empreendimentos humanos e foi o
Patrimonialismo de Vincenzo Masi, aonde a contabilidade encontrou a sua maior
dignidade, distinguindo dos pensamentos empíricos e dos outros ramos do saber
humano.
A contabilidade
possui todos os aspectos e requisitos de um conhecimento Cientifico e Superior,
são os seguintes:
Ø
Possui objeto Próprio
Ø
Estuda o seu objeto analiticamente fornecendo
explicações
Ø
Produz teorias Comprovadas e Doutrinas sobre o
seu objeto
Ø
Presta utilidade ao homem e à sociedade
Ø
Presta cooperação com as outras Ciências
Ø
Possui história e tradição
Ø
Seu conhecimento evolui e está sujeito a
evolução
Ø
Busca a essência dos fenômenos
Ø
Possui níveis cognitivos avançados como o
conhecimento científico-filosófico.
No Brasil, a
Doutrina Patrimonialista, desde o inicio do século passado até o presente
momento, revelou vários adeptos dentre eles; Francisco D`auria, Frederico
Herrmann Júnior, Hilário Franco, Antonio Lopes de Sá e muitos mais que em suas
obras revelam a Contabilidade como a Ciência do Patrimônio.
Dentre os
cientistas brasileiros possuímos um, que muito nos orgulha, não porque seja
maior que os outros, mas por ser o criador de uma Doutrina Brasileira chamada
Neopatrimonialismo.
Estamos falando
de uma das maiores, senão a maior autoridade do mundo Contábil; o ilustre Dr.
Antonio Lopes de Sá, mineiro de Belo Horizonte cujas obras revelam uma
raríssima Cultura (muitas delas elogiadas até mesmo por Vincenzo Masi), sendo
ele o pioneiro a escrever em nosso país, obras de Auditoria, Normas da Contabilidade
e Contabilidade Gerencial.
Tamanha é a
relevância e profundidade da Doutrina de Antonio Lopes de Sá, denominada
Neopatrimonialismo, que possui alicerce
nos grandes nomes da Contabilidade (como Vincenzo Masi, Giovanni Rossi e
Alberto Ceccherelli).
O
Neopatrimonialismo, busca a Essência da Essência do Patrimonialismo, quando
revela as relações lógicas do Fenômeno Patrimonial.
Tudo o que
relatamos e muito mais, só demonstra que o conhecimento Contábil avança célere,
apoiado em Doutrinas de Valor cujos membros publicam diversos trabalhos de teor
profundamente; científico-filosófico (basta citar as obras do próprio autor do
Neopatrimonialismo Contábil publicadas recentemente; “Analise de Balanços e
Modelos Científicos em Contabilidade”, “Analise Cientifica do Equilíbrio do
Capital e Modelos Contábeis Qualitativos”, “Enfoques Essenciais na Análise do
Equilíbrio das Empresas sob a Ótica do Neopatrimonialismo” e muitas outras).
A contabilidade
é a ciência que demonstra seu magnânimo valor, com obras de conhecimento
avançado e altamente superior, oferecendo a sua contribuição através dos homens
que prometeram defende-la, em prol da Eficácia e Prosperidade da riqueza
organizada dos empreendimentos sociais, para a satisfação das necessidades do
homem e da sociedade em que vive.
Comentários
Postar um comentário