MEDITAÇÕES E EXERCÍCIOS PARA A SEMANA SANTA


Rodrigo Antonio Chaves da Silva, o maior dos pecadores, pede licença a Deus para que possa ajudar os irmãos na caminhada de fé, nesta semana santa, como nas outras, deixando alguns conselhos e sugestões para a vida em oração durante esta fase que é a das mais preciosas para os cristãos católicos.
Que Nosso Senhor Jesus Cristo possa abençoar e multiplicar estas orientações, para a sua maior honra e glória nos céus. Amém!

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Nós que trabalhamos estamos sempre sujeitos às dificuldades de tempo para fazermos ou dedicarmos mais à oração na semana santa. Há aqueles que se aproveitam desta vantagem, que é o nosso trabalho, jogando em nossa cara a falta de tempo e dedicação para Nosso Senhor. Infelizmente poderíamos repulsar tal acusação com o lamentável fato que muitas almas mais dedicadas, consagradas, e até com mais tempo também dedicam pouco a esta semana. Mas nenhuma acusação justifica a nossa omissão. Façamos pouco mais façamos algo. Um pouco já nos garante a eternidade. Não esqueçamos que estamos na semana maior. A todo o tempo quanto possível lembrar de nossos pecados e oferecer a Deus o sacrifício do dia. Outras vezes lembrar de sua santa paixão. Ter uma prática de detestar os nossos pecados. Mesmo os que pecam venialmente devem detestá-los porque tudo é ofensa infinita a Deus. Quem somos nós para julgarmos o nosso irmão? Mas quem somos nós para acobertarmos nossos erros e dizermos que estamos bem com Deus, sendo que muitas vezes durante o dia, e durante o ano pecamos ou gravemente ou levemente. Mas sempre erramos. Todavia, as breves leituras e meditações neste tempo, de dois a cinco minutos poderão ser proveitosas para a alma.
Passamos breves meditações para a santa semana. E alguns exercícios espirituais dentro da concessão do Divino Espírito Santo amor de Deus.

1 - A ESPERA DA MORTE

Para o domingo ou para começar as meditações durante a semana

Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, é a inteligência divina, o logos, nada foi feito sem Ele, e tudo foi feito com Ele e para Ele como dizia São Paulo.
Mas iria morrer, se entregar livremente pelos pecados, e para a salvação do homem.
Mesmo sendo o criador durante a sua vida, nem os seus, os mais próximos do templo o quiseram, uma minoria em sua época o aceitou.
Até hoje isso acontece, são poucos os que realmente amam.
Muitos dizem o amar mas somente pensam em si, guardam os bens temporais e atemporais para si próprios, destruindo a fraternidade.
Ele chora quando vê Lázaro morto, mas chora até hoje por aqueles que não querem se converter e não desejam o seu amor.
Não são os que gritam “Senhor” que serão salvos mas os que fazem a vontade de Deus.
Aqueles que se entregam ao pecado mas não querem voltar-se a Deus, este sim rejeitam ao Santíssimo.
Todos somos pecadores, todavia, não podemos esquecer do elo. Se caímos temos que levantar. Se caímos de novo sempre lembrarmos de Deus.
Aceitar o nosso pecado, e a nossa fraqueza, é um passo para abandonarmos ao mal.
Feliz de nós pecadores que podemos nos converter e alcançar graça maior! Sempre nos humilhemos diante de Deus! Podemos confessar sempre! Reconhecer que na queda temos o perdão de Deus e a graça para nos levantar! Lembremo-nos do filho pródigo!
Todavia, Nosso Senhor, sabia e chorava por aqueles que não querem se converter.
O primeiro pensamento que devemos ter é detestar os nossos pecados, reconhecermos como pecadores, e nos entregarmos inteiramente nas mãos do criador. Igualmente solicitar a Deus a conversão dos pecadores. Nós sempre estamos em último lugar na Igreja e primeiro no pecado. Esta triste realidade deve ser reconhecida, e vencida com a nossa humilhação.
A morte do verbo eterno, que vive para sempre, mas poderia ter vivido sempre em seu corpo, não pode ser em vão.
O novo Adão poderia viver para sempre, e não morreria porque não tinha pecado.
Somente Deus mesmo para nos livrar da culpa!
Mesmo Ele, sendo Deus, pensava na sua vida terrena, que seriam os últimos dias aqui, embora viria a ressuscitar, iria ser entregue por inveja, e por ódio, os mesmos sentimentos daqueles que não amam a Deus e não querem se salvar de maneira alguma.
Vamos pedir a Deus agora por estes que possam se converter. Vamos pedir por todos nós.

Prática de oração: rezar uma oração espontânea por nossa conversão e do mundo inteiro. Se possível rezar o terço da misericórdia às três horas da tarde nesta intenção.

Meditação: Lembrar de nosso Senhor, apreensivo sabendo que iria se entregar e iria morrer. O que é um homem que vai morrer e sabe que o vai? É um momento triste, embora ele fora alegre para fazer a vontade de Deus. Não temeremos a morte se estivermos com ele. Vejamos os casos de São Martinho e Santa Rosa de Lima. Que linda morte! Todos os dias pensemos nos dias de nossa morte. O bom cristão é o que pensa na morte todos os dias de sua vida. Aceitamo-la conforme a vontade de Deus. Lembremo-nos dos grandes mártires: quando iam morrer pela fé se entregavam inteiramente ao tormento do martírio como se fossem para um jardim de flores. Nós estamos muito abaixo destes. Mas peçamos a Deus ao menos a nossa conversão, uma aceitação de nossa morte. E lembremos de Jesus, o que ele pensava? Como agia? Qual seria o pensamento de seu coração nos seus últimos dias? Pelo nosso pecado e pela nossa salvação.
Se possível rezar um pai-nosso e uma ave-maria.


2 - NA SEGUNDA-FEIRA SANTA

Pode-se fazer no início das meditações da semana santa, mas de preferência neste dia.

Estavam todos reunidos, inclusive o ladrão, o traidor.
Uma mulher com o dom do Espírito Santo, sabe que chegará a Páscoa e lembra as palavras do mestre que iria se entregar.
Ela o vê no meio dos demais.
E se despede chorando.
Não suporta em lágrimas vai até os seus pés com um perfume de preparação para a morte.
É um embalsamento de seu corpo.  
Ali ela se entrega inteiramente a Deus, chorando suas penas e pedindo perdão dos seus pecados.
Nosso Senhor a perdoa porque demonstrou muito amor.
Ela fez uma caridade para com ele.
O que nós fazemos de luta para Nosso Senhor? Como o defendemos? Como o amamos? Ao menos um pensamento durante o dia agradecendo-o? Será que seremos ingratos conforme o ladrão, que no fundo queria era o dinheiro do perfume para usar para si mesmo, com a desculpa dos mais pobres?
Ajudar os mais pobres, esta tem sido a frase dos maiores demagogos, e dos mais falsos homens.
Eles dizem ser a “favor dos pobres e desvalidos” mas na verdade são contra Deus, e pregam a destruição dos homens. São libertinos no pecado e na ação do mal.
Nosso Senhor repreende o ladrão, dizendo que a ele não teriam sempre, mas aos pobres sim.
Por quê não fazer caridade com Nosso Senhor e fazer depois a caridade com o próximo?
Amar a Deus e amar ao irmão. Mas o mandamento é primeiro amar a Deus. Quem diz amar ao irmão, mas não ama a Deus é mentiroso. E quem diz amar a Deus e não ama o seu irmão também o é.  
Alguns usam de prática falsa, primeiro “amam” ao irmão com interesses, depois “amam a Deus” mas a finalidade é outra.
O que nós fazemos com Nosso Senhor de amor? Derramamos lágrimas para filmes, para namoros partidos, para dinheiro, para pessoas, mas para Deus derramamos uma lágrima?

Prática: pensar em quantas vezes rezamos “Deus eu vos amo e vos adoro”, se ao menos uma vez ao dia, ou se nenhuma vez, praticar durante a vida esta oração, e fazê-la três vezes no dia desta leitura.

Meditação: Nosso Senhor realmente é digno de amor, podemos amá-lo com nossas orações, fazer um pensamento de 2 minutos sobre esta passagem da escritura, ou mesmo pensar como foi a cena por 5 minutos. Pensar como foi o rosto de Nosso Senhor, e como foi a ação dos apóstolos. Nem mesmo os seus mais próximos fizeram isto com Ele, revelando que muitas vezes estamos na Igreja por estar, mas não amamos a Deus sinceramente.
Rezar se possível um Pai-Nosso e uma Ave-Maria


3 -NA TERÇA-FEIRA SANTA

Ou depois da primeira meditação durante esta Santa Semana se for o caso.

Nosso Senhor vai caminhar com os seus apóstolos.
De repente escolhe uma figueira para que possa comer algo e matar um pouco sua fome.
Não vê nenhum fruto.
Esta é a grande lição para nós.
Perto do grande sacrifício e da entrega para a morte, Nosso Senhor procura em alguns os frutos do mérito e que nós contribuamos com Ele no sacrifício, seja fazendo um pouco de meditação, seja trabalhando com honestidade, seja lembrando com amor Dele.
Todavia, próximo da nossa morte, pode ser que não tenhamos fruto.
A árvore era bonita por fora, mas não dava fruto.
Assim são homens que tem uma vida de sucesso, mas para Deus não produzem e não fazem nada.
Pecados todos nós temos, mas os frutos mesmo com nossos pecados têm que aparecer. Ao menos em arrependimento e reconhecimento de nossa miséria.
São frutos do bem, o amor, a confiança, o respeito, a honestidade, a fé, a temperança, a sinceridade, entre outros.
São frutos da caridade visitar os velórios, os hospitais, os velhinhos (da nossa casa ou não), as pessoas, ensinar aos que não sabem, ensinar a ler, ensinar matéria e ciência, rezar em família.
Estes são os frutos que devem ser feitos muitas vezes durante a nossa vida.
Mesmo assim às vezes é pouco.
Mas o Senhor não exige muito. Ele quer um pouquinho de nós. Mas faremos só o pouco como outros? Não!  Demos a ele o tudo. Consagremo-lo a nossa vida INTEIRAMENTE.
Ele queria apenas UM FRUTO, não achou NENHUM FRUTO, o que fazer de uma árvore que não dá um FRUTO PARA O SEU CRIADOR? O verbo cria todas as coisas e uma árvore não dá um FRUTO PARA AQUELE QUE A FEZ? É muita ousadia, e muito atrevimento! Talvez o fosse porque ninguém a adubou como deveria, ou porque ela não o quis fazer.
Quando Nosso Senhor ressuscitou, os peixes que comeu com os apóstolos tiveram o maior prazer de terem se entregado a Ele, todavia, muitos homens detestam a Deus não se entregado ao menos na sua limitação a Ele.
Vamos nos entregar a ELE, milagres ele fará em graça, paz, e castidade em nossa vida.
Deus quer um FRUTO, somente UM FRUTO.
Nada mais de nós. Que o fruto seja ao menos de amor e caridade, ou seja de fé, ou seja de defesa Dele, pois, muitos os atacam diretamente e indiretamente.
Se a uma árvore ele amaldiçoou quanto mais a nós que queremos os dons de Deus mas não damos fruto? O castigo nos é merecido, mas lutemos contra a condenação eterna. Se os Santos Padres diziam que um momento no purgatório é pior que todas as dores da vida, imagine um momento no inferno?
Se Nosso Senhor faz isso a uma figueira, quanto que nós merecemos por uma vida repleta de pecados que nem sequer num instante lembra-se de Deus?
Fujamos da condenação e apresentemos nosso frutos não como Caim que escolhia os piores, mas como Abel que dava as melhores ovelhas.

Prática de oração: Fazer a consagração a Nossa Senhora e a São José, pedir ao nosso pai e mãe do céu que nos orientem. Entregar-se ao Santíssimo Sacramento, ou rezar “Meu Jesus Santíssimo eu me entrego a vós tal como minha família”.

Meditação: tentar lembrar da figueira amaldiçoada. E pensar o que seria uma maldição de Nosso Senhor. O que seria uma condenação de Deus?!  Que triste será a nossa alma, ou seremos nós se tivermos uma condenação infinita, a nossa existência não deixará de ser e sofreremos por toda a eternidade por uma ausência de amor a Deus, uma pequena fruta, ou um pequeno esforço, um autêntico e pequeno ato de contrição pode nos fazer voltar para o céu! Mas meditemos como seria a condenação de Nosso Senhor, e peçamos a Ele que nos livre disso.

Rezar à Nossa Senhora, três Ave-Maria, e um Pai-Nosso a São José pedindo a orientação e guia  


4 - QUARTA-FEIRA SANTA

Nosso Senhor conversa neste penúltimo dia com os apóstolos, recebe sua mãe, passeia um pouco, e adora a seu Pai por fazer por Ele tanta coisa bonita, mesmo sendo Rei não quis riquezas, as riquezas de Deus são infinitamente superiores às nossas, contando o caso de Santa Tereza que recebe de Jesus um crucifixo cravado de joias e pedras preciosas, segundo ela nunca fabricando por nenhum artesão da terra. Nosso Senhor é rico mas em uma matéria espiritual formada no seu poder e no poder do Espírito Santo. As outras coisas dos homens são lhe nada. São meras criaturas, ele não precisa de status nem de dinheiro. O mundo espiritual é infinitamente superior.
Mas os apóstolos veem a figueira amaldiçoada e começam a falar com Nosso Senhor.
Ele a havia amaldiçoado que “Jamais alguém coma fruto de ti!”(Mc, 11,14). Para alguns a figueira serviu, para o seu Criador não.
Assim somos nós que servimos a muitos mas a Deus não servimos.
Servimos e temos tempo para muitas coisas, para muitas pessoas, mas para Ele não.
Ele nos aconselhou com a parábola das Santas virgens prudentes, e com a dos vinhateiros homicidas.
Os homens sempre quiseram o poder por isso por inveja matavam aqueles que realmente eram de Deus, ou aqueles de mérito.
A sociedade quase sempre é guiada pelos medíocres e maus.
Os incompetentes estão à frente de tudo, no fundo servem ao demônio com o orgulho embora se sentem nos bancos das Igrejas.
Muitos fazem práticas de satanismo para manter o poder, inclusive com sacrifício de pessoas.
Os homens bons e os cristãos estes devem ser prudentes, sempre estar em graça, e quando houver um momento de encontrar com Nosso Senhor, como a figueira, dizer claramente que possui muitos frutos. Ao menos UM FRUTO. É isto que Nosso Senhor procura em nós o mínimo.
Muitas vezes nem o POUCO nós temos, nem o MÍNIMO.
Isso é profundamente grave.
Lembremo-nos da palavra dos servos administradores: aquele que guardou o dinheiro o que lhe aconteceu? Nem num banco o guardou, nem um pequeno juro, não soube multiplicar o seu dinheiro. Temos que mostrar e revelar nossos dons a Deus, e a ele entregarmos inteiramente.
Temos que ser iguais às virgens prudentes que levavam óleo extra, isso quer dizer, mantermos na graças, para esperarmos pelo esposo de nossa alma. Aqueles que levavam pouco óleo infelizmente se perderam na escuridão. Pode ser que no momento que o Senhor nos chame não tenhamos óleo e isso seria um problema.
Vamos pedir a Deus que ele nos faça manter um grau de reserva e prudência; só ele pode nos dar a graça para produzirmos os frutos que Ele quer que produzamos.
Ao mesmo tempo, temos que fazer a nossa parte escolhendo a Deus, se estivermos cansados vamos dormir um pouco, se estivermos angustiados descansemos, o importante é não frustrarmos com as maravilhas da vida espiritual e não cairmos nos momentos de secura e noite escura. Foi o que nosso pai São João da Cruz ensinava, que a alma forte não é aquela que tem as inspirações e as luzes conseguindo derramar as lágrimas sempre, mas aquela que nos momentos de sofrimento, se mantém firme na oração e consegue sobreviver nos tempos difíceis.
Nosso Senhor naquele dia se entristeceu um pouco pelo fato de haver visto a figueira, lembrando daquelas almas que não querem dar frutos, nem pedir a Deus a misericórdia, e muito menos estão preparadas para a morte.

Prática de oração: Rezar três Ave-Marias, pedir a Deus que por meio da intercessão de Nossa Senhora consigamos uma boa morte.

Meditação: pensar como foi a conversa de Nosso Senhor e Nossa Senhora, com os discípulos, e como ficara a figueira. Lembrar que aquela figueira pode ser um de nós. O que nós fazemos para darmos frutos, ou para sermos uma árvore com proveitos a Deus? Pensar o que seria de nós sem Deus, e sem aquela escolha que ele fez desde a eternidade de nos salvar do fogo do inferno. Meditar por dois minutos.


5 - QUINTA-FEIRA SANTA


Neste dia Ele institui o sacerdócio e a Eucaristia.
A Santa Eucaristia é a verdadeira prova que Deus é um e múltiplo ao mesmo tempo, que ele quis ficar em todo o lugar, e estar em toda a parte, fisicamente, materialmente, prisioneiro de nosso amor, embora muitos não respeitem o Santíssimo Sacramento.
Os sacerdotes são particularmente abençoados por Deus, alguns são mais santos que outros, mas todos têm esta graça particular. Cabe a eles aproveitar esta oportunidade e esta vocação. Muitos infelizmente se perdem no mundo porque não rezamos por eles... Rezemos mais para os nossos padres não caírem em pecado!
Nosso Senhor criou os dois sacramentos sabendo que tudo seria mistério de sua graça. Não adianta entender porque um homem tão pecador pode oferecer a graça de Deus. Isso é mistério do alto. E a Eucaristia jamais descobriremos o seu segredo, senão morreríamos ao ver a glória de Deus, e ao vermos tanto amor.
Faltava um dia para a entrega final, o Mestre se preparava com seus discípulos. Ele estava triste. Mas ansioso para nos dar o seu corpo em forma eucarística, nas espécies do pão, alimento universal, e do vinho bebida universal.

No cenáculo onde faria a ceia, ele lava e enxuga os pés de seus discípulos.
A sua humildade é grande, o verbo eterno diz que o maior é o que serve, ele é o maior de todos, a Santa e Divina Majestade por amor, sendo o mais humilde ao lavar os pés de uma criatura. Dizei apenas uma palavra, ou fazei um sopro de voz e seremos todos salvos!
Aquela noite seria marcada por grandes diálogos, destes vieram as pérolas da fé cristã, que embasam todo o fundamento da existência; está no evangelho de São João:

“Ergo sum veritas, vita et via
Nemo venit ad Patrem, nisi per me. Si cognovissetis me, et Patrem meum utique cognovissetis
Non turbetur cor vestrum. Creditis in Deum, et in me credite
Et ego rogabo Patrem, et alium Paraclitum dabit vobis, ut maneat vobiscum in æternum, Spiritum veritatis, quem mundus non potest accipere
Si mundus vos odit, scitote quia me priorem vobis odio habuit. Si de mundo fuissetis, mundus quod suum erat diligeret : quia vero de mundo non estis, sed ego elegi vos de mundo, propterea odit vos mundus.
Mementote sermonis mei, quem ego dixi vobis : non est servus major domino suo. Si me persecuti sunt, et vos persequentur ; si sermonem meum servaverunt, et vestrum servabunt

Estes trechos fazem parte da Bíblia em latim e estão no capítulo 14 de São João.
Com estas palavras ele nos alertou que era a verdade, que enviaria o seu espírito sobre nós, e que o MUNDO NOS ODIARIA PORQUE O ODIOU PRIMEIRO, PORQUE AS OBRAS DOS FILHOS DESSE MUNDO SÃO MÁS, E ELES NÃO GOSTAM QUE FALEMOS.
Todavia, ad magiorem gloria Deum, façamos sempre a nossa parte seguindo o apostolado do Mestre, se odiaram ao Cristo eles também nos odiarão, porque não acreditam nele, no fundo temos pena dos pagãos e dos que rejeitam a verdadeira fé e os verdadeiros princípios.
Rezemos por eles, porque Jesus veio por todos.
Ele prometeu que ficaria conosco antes de subir ao céu, e está na Santa Eucaristia. Está conosco todos os dias! Ele fez isso por amor antes de morrer

Prática de oração: comungar fisicamente ou espiritualmente o corpo de Deus, confessar-se nesta semana se possível.

Meditação: o que é a dádiva de Deus, senão a entrega Dele todo, e o que é esta preciosidade senão o seu próprio corpo? O presente de Cristo está no seu corpo e sangue, o maior dos presentes e o maior dos alimentos. Lembrar que por amor se entregou todo, se fez coisa e alimento para estar mais perto de nós. Não há fronteiras para o amor de Deus. O que estará longe de nós se aquele que é Deus se faz alimento dentro de nossos sangues, veias, se permitindo integrar na digestão de nosso estômago? Não esqueçamos que temos que nos confessar sempre para comungar o corpo de Nosso Senhor. Se possível todos os dias, senão uma vez na semana, mas quanto mais comunhões melhor. Se estivermos em pecado, façamos a comunhão espiritual pedindo a Deus perdão, basta dizermos “vinde Senhor ao nosso coração”. Meditar esta graça que é o corpo de Cristo, e rezar: “eu vos adoro a todo momento, pão vivo do céu augusto sacramento”. Fazer esta meditação por 2 minutos. Ler o Evangelho de São João o capítulo 6 de 22-71 os versículos. Meditar mais um pouco por 5 minutos o Santo Evangelho lido.

MEDITAÇÃO COMPLEMENTAR: A EUCARISTIA


O mestre sabendo que iria morrer, na noite de quinta-feira, junta com os seus discípulos após longo dialogo.
Ficara ele um pouco nervoso, mas dizia que iria se entregar, e estava ansioso para aquele momento, no qual acontece o maior milagre da filosofia cristã que é a transformação do pão em corpo, e do vinho em sangue.
O corpo e o sangue de Cristo um dos maiores milagres, no qual a substância muda, transformando-se na substância viva o corpo de Deus.
Ele se entregou de modo incruento, mas depois, no dia seguinte de modo cruento. Assim, quis ele se entregar. Nós não entendemos o mistério de seu amor.
Sabemos que se fossemos entender todos iríamos morrer, dizia São Bernardo. Jesus disse assim:
“Sumite, hoc est corpus meum.”
“Et ait illis : Hic est sanguis meus novi testamenti, qui pro multis effundetur in remissionem peccatorum”

Quando disse “tomai todos, aqui está o meu corpo” , “este é o meu sangue” do novo testamento, “derramado por muitos”, funda o maior mistério que é seu corpo e seu sangue, ou seja, ele vivo, corpo, sangue, alma e divindade, todavia, no PÃO E NO VINHO.
Ao mesmo tempo funda o sacerdócio, pois, quando ordena aos seus discípulos para que celebrem a eucaristia em memória dele, cria a ordem.

“hoc facite in meam commemorationem”

Ou seja, iremos repetir isso até o fim dos séculos. Isso acontecerá sempre até que o Senhor venha!
Mas você já imaginou que valor tem o corpo e o sangue de Cristo? Nós não o merecemos, mas ele se fez por nós, muitas comungam de qualquer maneira...  Em pecado grave não comunguemos a não ser espiritualmente.
A ele a glória pelos séculos sem fim amém!

Repetir se possível a meditação anterior, focando no texto bíblico de São Marcos, capítulo 14 de 17-24.


FINAL DA QUINTA-FEIRA PARA SEXTA-FEIRA

A PREPARAÇÃO PARA O SACRÍFICIO

Cristo estava se preparando para morrer.
Morrer pelos pecados dos homens, por nós, que não merecemos, e não damos valor a sua morte, e muito menos fazemos remorso de nossos pecados.
A resignação Ele mesmo teve que fazer, o luto sua Mãe, que foi uma das poucas a fazê-lo, juntamente com aquela mulher que lhe enxugara os pés com suas lágrimas.
Eram suas últimas horas antes da violência que Lhe fariam.
Estava muito triste, alguns santos padres diziam até que estaria com um tipo de depressão.
Ele vai suar sangue.
Uma gotinha apenas salvaria o mundo inteiro, mas Ele quis derramá-lo todo, como dizia o Santo Padre Pancrácio Dutra.
Ele reza os salmos quase que chorando, louvando a Deus após a sua última janta. Agradecendo o alimento como de costume. Logo, sua Mãe sabia que Ele iria morrer, e estava próximo, mas não sabia o tempo exato.  A espada de dor avançaria o seu coração. O que é a dor deu mãe perder um filho? Ainda se o filho é o mesmo de Deus? Por inveja! Por ódio! E ele se entregou todo por nossos pecados, por amor aos homens. Não importa quais sejam os homens, desde um estuprador, até um santo, o amor de Deus é o mesmo: infinito.
O filho do homem revolucionou o mundo pregando o amor, em apenas três anos, dividiu o tempo do homem, e marcou a vida de todos. As escrituras sagradas iriam se cumprir. O homem para pagar a sua dívida deveria ter uma redenção que fosse divina, pois, a sua dívida era infinita. Com isso, o mestre estava aguardando o tempo propício para o sacrífico. Ele foi ao templo. Pregou ainda aos que lhe queriam ouvir. Mesmo assim, o mestre era procurado por interesses vãos aos que realmente deveria interessara ao homem que era a sua salvação.
Na terça-feira santa, ele sabia que apenas uns três dias lhe faltariam para se entregar. “Dou a minha vida para receber ela de volta” disse ele, todavia, sabemos que nenhum ser humano quer morrer. Mas a sua missão tinha que ser cumprida. E o nosso luto? Você já pensou que tu como miserável homem não merecia esta salvação esta entrega? Não merecemos nada, Deus criou o mundo e não precisou de nós. Mas ele quis precisar de nós. Por amor. É claro que não merecemos, o que você fez então para ter realmente esta dádiva?
Acho que por mais que façamos alguma coisa, sempre não faremos nada.

Prática de oração: rezar o ato de contrição.

Meditação: fazer 5 minutos de silêncio pensando neste capítulo da vida do mestre, se possível pensar o que ele passou naquela noite derradeira.


NO JARDIM DAS OLIVEIRAS

Para ser feito na noite de quinta-feira, ou mesmo sexta-feira bem cedo

Ele iria se entregar, suas armas espirituais existiam, dissera depois que se quisesse chamaria uma legião de anjos para lhe ajudar, nem precisaria disto, bastaria uma vontade, ainda passando no meio do povo, em Nazaré, poderia ter matado a todos mas passou no meio deles.
O Rei dos reis, desapegado de tudo, foi cantar salmos com os seus discípulos.
Por lá após ter rezado, chamou para si três dos seus mais próximos e se afastou para rezar:
“Pai se for do teu agrado afasta de mim este cálice”.
Era um cálice de sangue. Voltou e viu a Pedro, o repreendendo: “Não pudestes vigiar uma hora?”. Nas horas mais duras para o Cristo poderíamos ter vigiado uma hora, nem isso conseguimos.
Quantas horas santas fazemos na semana? E no mês? Ao menos dez minutos? Nunca temos tempo para a adoração do Santíssimo.
O senhor pediu uma hora, mas seria às vezes pouco tempo. Alguns poucos minutos.
Santo Afonso de Ligorio até dizia que as horas de consolação que alcançaremos na hora da morte dependeriam das visitas que fizermos ao Santíssimo Sacramento, mesmo que de poucos instantes. Guardemos esta lição.
Muitas vezes apenas poucos minutos. Não vigiamos e nem oramos.
Por isso a tentação se apega de nós, o demônio nos ronda procurando a quem devorar. Apenas pelo fato de não rezamos. É impossível ao homem afastar de Deus no sentido de sua presença, até no inferno ele lá está.
Todavia, rezando mais duas vezes; Ele tinha dito quase as mesmas palavras, pois, a terceira jaculatória foi mais incisiva: “Se não puder me afastar este cálice faça-se a tua vontade.”.
Ele passa a suar sangue.
Um ANJO aparece para lhe consolá-lo, para confirma-lo e lembra-lo de sua missão e do cálice que havia de tomar. Para lhe exortar.
Bastaria uma gota para nos salvar, no entanto, ele quiser suar muito, e derramar o sangue todo. Uma gota de sangue tem valor infinito de Cristo, mas ele não ligou.
Quis se entregar todo. Estava só aguardando ser preso, para se entregar para a salvação dos homens, não por crimes que tinha cometido, mas pelos crimes que nós cometemos, pois os homens mentem sempre para serem absolvidos o Cristo não, ele não precisa mentir, por isso desde o início ao final do julgamento ele permaneceu calado.
 É um dos mistérios mais belos de meditação, o início da sua paixão que aconteceria agora, entre as dez à meia noite.

Prática de oração: rezar o ato de contrição

Meditação: rever o Evangelho de São Mateus, capítulo 26 de 36-46. Ler, e meditá-lo por cinco minutos.

A TRAIÇÃO: AMIGO A QUE VIESTE?

Nosso Senhor Jesus Cristo seria traído por um dos seus, que era o diabo, o acusador, o caluniador, o falso, o mentiroso. Ele sabia disso desde o princípio. Será por isso que o escolheu? É um mistério. Disse um dia: “Ai de quem me trai”.
Mas as Santas Escrituras, o Logos que é ele mesmo tinha que que se cumprir.
O traidor tinha dito à mulher que deveria dar o perfume destinado ao Senhor aos pobres, só para não ter que amar a ele, o Cristo lhe respondeu que a caridade podemos fazer sempre para os pobres, mas naquela hora ela tinha feito uma caridade para com Ele.
No fundo Judas não amava a Jesus. Ele o odiava. Desde o início era um interesse muito claro, pensando que o Cristo seria um agitador político, seria um rei terreno, ele teria um “cargo”.
Sempre assim as pessoas com interesse em cargos dizem ser próximas de Deus, e de Cristo, alguns vão até na Igreja, outros se consideram cristãos e nunca rezaram nada, o deus deles é outro, é o dinheiro, a cobiça, a mentira, por isso falseiam tudo, com a intenção mesquinha.
O traidor mexia com dinheiro. Era o homem da sacola. Sua cidade era ligada a bruxaria com esoterismo judaico. Cuidado se você exerce uma função religiosa e lida com o dinheiro. É triste quando vemos alguns apegados ao dinheiro até da parte do clero! Queremos ter mais exemplos e não falta de prática evangélica!
Sabendo que o Cristo continuaria pobre (não um rico que aproveitou do povo), e manteria a salvação do homem, ele foi traído por trinta moedas de prata.
Foi uma venda do mestre, pelo dinheiro, uma corrupção, um desvio da bolsa comum, para o patrimônio pessoal dele.
O dinheiro é maldito, que lhe levara ao suicídio logo depois. Suicídio de remorso! E arrependimento! Ele se castigou! Pode ter se arrependido mesmo cometendo pecado mortal...
Tantos anos com Ele e nada tinha aprendido. O mestre ao ver Judas mesmo sabendo do que iria lhe acontecer, lhe disse: “Amigo a que viestes?”. Isso nos dá uma lição. Mesmo os nossos inimigos devemos perdoar, e mesmo os que mentem sobre nós. Porque eles mentem, o pai deles sempre será o diabo, não sabem fazer outra coisa a não ser caluniar o próximo. O mestre tinha lhe dito: “ Alegrai-vos e exultai quando vos caluniarem e mentirem sobre vós por causa do Reino porque de vós será a cada de meu pai. Assim eles trataram todos os profetas.”
A gente precisa de profetismo e menos mentira. Por isso não podemos parar de dizer a verdade. O Cristo sofreu a mesma coisa, o nosso Deus, com amizade recebe o seu inimigo e não lhe deseja mal, apenas lhe pergunta: “É com um beijo que trais o filho do homem?”. Por que muitos agem mal, nos maltratam, e depois vem com falsidade dizendo que são a favor do amor, o que é tudo mentira.
 Jesus se assusta com o cinismo de Judas, beijando-o para o trair.
É uma forma de satanismo, mentir dizendo que ama, mas no fundo se odiar. Ele nunca gostou do mestre.
Jesus se assusta com o nível de falsidade do homem, uma hora se diz que o está seguindo, e outra por um interesse não. Assim infelizmente é o homem. E assim foi o Judas.
As consequências do pecado de Judas não foram suficientes para o seu controle psicológico, acabando ele cometendo um pecado mortal antes de morrer. Mesmo assim não podemos admitir que ele esteja no inferno, todavia, as consequências do seu ato foram imediatas. Mas ele suicidou de remorso para se auto-castigar.

Prática de oração: consagração a Nossa Senhora, a São José e ao Bom Jesus.

Meditação:  verificar quantas vezes no dia nós traímos Jesus, quantos são os nosso pecados. Pensar que Judas tinha tantos ouvintes quanto Pedro e João, ou seja, ele se disfarçava muito bem ao público.  Destruir a nossa imagem, no sentido de falsidade. Muitos não são sinceros são escravos das imagens. Seguir a Jesus é um dever, mas seguir a Jesus traindo-o é  um defeito grave. Pedir a Deus sempre o perdão de nossos pecados. Nós somos sempre um pouco do Judas, o seguimos mas não praticamos o que ele manda. Meditar isso com pedido de contrição dos nossos pecados.


6 - PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Durante a sexta-feira, começando pela manhã até à noite

NA MADRUGADA DE SEXTA-FEIRA SANTA

Fazer bem cedo, sendo a primeira meditação

O senhor foi preso pelos soldados dos sacerdotes, e desde o encontro no monte das Oliveira leva o primeiro golpe.
Durante a noite inteira é agredido com bofetadas, socos, e pauladas.
De manhã cedo é levado ao sinédrio que é o tribunal dos judeus. Tribunal este sagrado, todavia presidido por dois demônios: Anás e Caifás.
Bossuet dizia que todos os dois tinham tais sufixos por causa de satanás.
Os mesmos escolhem acusá-lo de falsas acusações, com injúrias, calúnias, e difamação, portanto, o Filho do Homem é desmentido como se fosse um mentiroso.
Ele responde pouco, numa primeira resposta Ele diz para perguntar àqueles que estavam no povo, o qual ensinava livremente, enquanto eles usavam da autoridade simplesmente para fazer o mal, e se consideravam filhos de Moises e de Abraão.
O Senhor ainda diz que eles verão o Filho do Homem entre as nuvens do céu cercado de anjos, isso aconteceu depois da morte dos dois.
Mesmo assim eles lhe cuspiram e rasgaram as vestes.
O Senhor é levado a Pilatos.

Prática de oração: pedir a Deus de misericórdia por nossos pecados de falsos testemunhos.

Meditação: Pensar nas injustiças que fazem com Deus, todas as coisas más Deus é acusado, e a Santa Igreja também, todas as coisas boas os homens pensam em sua glória. Fazer um voto de humildade: “Senhor eu nada sou, perdoai os meus pecados, vim do barro e do barro vou voltar”. Procurar se humilhar mais. O homem perante Deus é nada, pensar no falso Julgamento de Nosso Senhor, e como ele foi “válido” pelos homens. Hoje há muitos falsos julgamentos. Quantos são presos injustamente, e quantos deveriam estar presos e não são. Esta é a justiça dos homens. Pensar nisto, e pensar que nós que merecíamos estar no lugar Dele sofrendo os nossos crimes. É sexta-feira santa, pensar nisso pela manhã ou no horário da oração.


JESUS DIANTE DE PILATOS

Segunda meditação da manhã, fazer pela manhã cedo, ou antes das dez

Pilatos era formado em letras e leis, mas era ignorante em verdade.
Não sabia o que era a verdade.
Não era batizado, não era cristão.
Porém, não queria condenar a Nosso Senhor, o fez por covardia, um homem que parecia ser corajoso, mas o fez porque o Santo de Deus lhe avisa que só lhe poderia fazer porque do Alto lhe havia dado autoridade.
Ao chegar perto do mestre Jesus lhe diz: “eu sou a verdade, aqueles que são da verdade ouvem a minha voz”. Pilatos responde com burrice “o que é a verdade?”. Responde perguntando. Até hoje os “sábios” dizem “não há verdade”. Portanto, não conhecem a lógica, e nem conhecem o pais da lógica, o logos eterno, o Cristo, o Filho de Deus.
Será que seguimos a verdade?  Será que seguimos a Cristo? Será que lemos as obras dos Santos Padres para entendermos a verdade? Ou para nós bastaria o conceito vão das fracas ciências e filosofia.
Ele nada responde, porque Pilatos é um tolo. É covarde. Se pergunta que não sabe a verdade é porque nunca a estudou, nunca a esclareceu, e nunca se aproximou das fontes de Deus.
São palavras da sacra escritura:

“Assim como a neve é imprópria no estio e a chuva na ceifa, do mesmo modo não convém ao INSENSATO a CONSIDERAÇÃO. Como um pássaro que foge , uma andorinha que voa, uma MALDIÇÃO INJUSTIFICADA PERMANECE SEM EFEITO. O açoite para o cavalo e o freio para o ASNO; A VARA PARA AS COSTAS DO TOLO. Não responda AO NÉSCIO SEGUNDA A SUA INSENSATEZ, para que não seja SEMELHANTE A ELE.”

Está nos primeiros versos do capítulo 26 de provérbios.
A verdade de um mentiroso é uma mentira, e a mentira do mentiroso é a verdade.
A negação da negação se afirma, e afirmação da negação se anula.
Assim o excomungado que te excomunga te louva e te exalta, e a exaltação do bandido é uma depreciação.
Por isso o Cristo nada respondeu, a melhor resposta ao ASNO é não RESPONDÊ-LO, pois a INJUSTIÇA QUE É FEITA POR UM FALSO, não merecerá o FAVOR DE DEUS.
Acolhei-me Deus conforme a sua justiça, e fazei-me justiça aos que fazem mal, pois, sou inocente da perfídia que me ativeram.

Prática de oração: Rezar um credo.

Meditação: pensar como somos enganados pelas tentações e como cairmos por elas. Pensar “se eu rezar uma Ave-Maria, ou lembrar-me da eternidade não terei de modo algum quedas”. Assim ensinava-nos o saudoso Padre Sérgio, e São Luiz Gonzaga. Pensar na cena de covardia de Pilatos. Nós falamos de Deus, e dizemos que temos fé inabalável, no primeiro risco de morte, ou na primeira chance somos os primeiros a nos esconder também. Pedir a Deus coragem, e pedi-la a Nossa Senhora em oração espontânea na breve meditação de dois minutos.




OS AÇOITES

Fazer depois em sequência, ou depois de uma hora do primeiro exercício, ou antes do meio-dia, ou às nove da manhã.

Nosso Senhor, a Divina Majestade é colocado semi-nu numa coluna.
Os presos e condenados à cruz eram deixados sem roupa.
Para não violarem ao Castíssimo Senhor, uma pequena tanga cobre suas partes íntimas.
Eles começam a flagelar seu corpo.
O fragelus Romanum, era um tipo de chicote de cabo curto com três pontas de chumbo ou de osso.
As primeiras açoitadas causavam hematomas, e deixavam a pele roxa, assim, os algozes aplicavam mais golpes naquela região, então os açoites penetravam até sair sangue, e até entrarem na pele, e firmarem na carne, saltando e pulando grandes gotas de sangue.
Para matar bastava 40 golpes.
Nosso Senhor recebeu 120 golpes.
A sua resistência é a mesma de Deus, o Filho de Deus é um atleta, caminhava longas horas e fazia longas caminhadas.
Mas o Senhor permanece firme amarrado na coluna.
O seu Santíssimo Sangue começa a brotar, ele se solta e vai suando como se fosse uma fonte, todavia, matando a Nosso Senhor vagarosamente, fazendo com que o corpo firmado no Espírito Santo, gerado pelo Espírito de Deus pudesse sangrar com mais força deixando mais da sua preciosa vitalidade no chão.
O sacrifício está no seu processo, e o Senhor se entrega sem um queixume.
Ferem-lhe nas pernas, nos braços, na frente e até um pouco nas outras partes. Até os pés são atacados, assim conta o Santo Sudário. A santa escritura diz: “nenhuma  parte de seu corpo foi poupada”.
Dali ele passa para o centro do pátio.

Prática de oração: adorar a Jesus mentalmente com o seu sangue jorrando, pois, está se dando por nós.

Meditação: pensar na dor de Nosso Senhor por nossos pecados, o seu preciosíssimo sangue merece ser adorado. A santa Igreja diz que todas as relíquias da Santa Paixão devem ser adoradas porque nelas estão sangue de Jesus. Pensar que está adorando a Jesus mentalmente e fazer contrição dos pecados. Rezar o ato de contrição. Procurar fazer uma penitência para a semana que vem.  


A CENA DE ULTRAJES

Para ser feita às dez da manhã, ou em sequência, ou antes do meio-dia

Rodeiam-no dezenas de soldados.
Eles fazem fila para bater em Nosso Senhor, que num instante poderia ter eliminado todos, o Logo cria, mas poderia matar, e não o quis fazer.
Bastaria um milésimo de segundo, um pensamento, uma mera inclinação... Mas não! Ele se manteve até o fim usando de misericórdia conosco.
Eles deixando-o nu depois dos açoites, lhe colocam um manto vermelho de rei, só para debochar Dele.
Então começam a fingir adoração ajoelhando em sua frente, dizendo “Salve Rei dos Judeus”.
Cospem-lhe no rosto, e lhe dão golpes na cabeça.
Revestem um capacete de espinhos e lhe colocam na cabeça.
Nas mãos uma cana.
Lhe batem na cabeça com a cana, e com pauladas cravam os espinhos na cabeça, fazendo jorrar mais sangue.
Um dos espinhos, pois, são mais de 100 que lhe golpeiam a cabeça, fere um veia fazendo jorrar um filete de sangue, outro entra nos olhos, o outro olho inchado está quase aberto, os dois olhos estão esmurrados, o nariz inchado pelas pauladas, e a boca, não há quebra de ossos, mas as cartilagens se partem.
O rosto então sua sangue, do alto da cabeça até o queixo.
Sua barba agora tem falhas pelos socos e pelos golpes na cana, e diversas pauladas. Tudo isso é muito grave.
O Senhor não reclama e levam-no para crucificar.

Prática de oração: uma dezena do rosário sobre a cena de ultrajes.

Meditação: pensar no bom jesus, o que ele fizera para merecer tanto mal? Infelizmente os homens assim fazem até hoje, querem-lhe matar, pensar como poderíamos ser mortos com apenas um olhar dele, mesmo assim se entrega todo. Imaginar que está de joelhos adorando e benzendo ao Altíssimo e Amantíssimo Rei pela sua graça e pela sua misericórdia. Meditar por 2 minutos. Fazer remorso por nossos pecados.




O CAMINHO DA CRUZ

Para ser feita pelas 11 e meia, ou antes do meio-dia, ou pode ser feita em sequência.

Até no caminho da cruz muita tristeza acontece e muita misericórdia.
A primeira pessoa, segundo os apócrifos que vê é sua mãe. Ela desmaia ao ver o seu filho. O cântico dos cânticos diz sobre ela, que quem é o seu filho, o seu amado, pois o seu rosto está todo desconfigurado, não dá para saber quem é.
Nosso Senhor continua e cai uma segunda vez.
Depois que cai, ele é consolado por Verônica, conforme os apócrifos e lendas cristãs. Na queda ele torce o pé, e gera mais um outro hematoma.
Ele continua levantando. Segue com a cruz de uns 50 quilos, somente a parte horizontal.
Mais um pouco Ele cai mais um vez.
Simão de Cirene foi abençoado, porque consegue ajudar a Nosso Senhor a carregar a cruz. Esta é uma dádiva sublime! Lhe garantiu a salvação.
Então, Nosso Senhor consola as mulheres: “chorai sobre vos mesmos”. Até nessas horas ele usa de misericórdia. Ele sabe que precisa do poder do Pai, mas nós precisamos muito mais, do amor Dele.
Ele acrescenta: “se fazem isto a um inocente quanto farão a um culpado?”. “Haverá tempos que dirão: montes cobri-nos”. Estes tempos já são os de agora.
Cada palavra que nosso Deus profere está cheia de divindade, embora este tempo seja o de humildade, onde se revela sua humanidade total.
Ele sobe até o fim.

Prática de oração: o ato de contrição, pedir a Deus perdão pelas faltas e quedas.

Prática de meditação: pensar quantas vezes caímos por gosto, ou por vontade e gostamos de fazer o mal. Nosso Senhor caiu não em pecado, mas alguém aparece para lhe ajudar. Podemos cair sem pecar se estivermos com Nosso Senhor. Podemos ajudar o Senhor a carregar a cruz? Isso depende Dele. Podemos pedir ao Senhor que nos ajude na cruz? Sempre! O que fazer então? Sempre pensar que podemos carregar a cruz com Nosso Senhor. Nos tempos de desespero pensar que outros da Santa Igreja nos ajudaram neste caminho, um São João, um Santo Antonio, Santo Anselmo, São João da Cruz, Santa Tereza, Santo Inácio, São Francisco de Sales e muitos outros. Pensar no caminho da Cruz e no sofrimento de Nosso Senhor. Meditar por cinco minutos.





CRUCIFICAÇÃO E MORTE

Para ser feita meio-dia, ou em sequência, ou às três da tarde do dia santo.

Ao chegar no lugar do crânio, ou da caveira, não aceita tomar bebida anestésica, quer sofrer todo e tudo, a bebida servia para não sentir dor, Jesus é um homem de coragem e de fortaleza, nos dá o exemplo.
A cruz tinha 2,80 metros no máximo 3,00 metros.
Os soldados o crucificaram nos pulsos, e com pequenos bancos levantam-no até a cruz que está fincada no lugar da caveira.
Depois cravam seus pés com um finco maior.
A dor que passar nos pulsos é insuportável, e agonizante; homens ficavam até uma semana na cruz, entre os ossos do pulso a dor se parece com uma torsão constante nos punhos, nos pés grande dor, quando se asfixia, força os pés para então conseguir respirar. Jesus agoniza na cruz. Sua Mãe vê aquilo chorando! Que dor a de Nossa Senhora!
Todo o corpo de Nosso Senhor está machucado, ferido, e jorra sangue, vaza constantemente, ele foi severamente mortificado, Ele foi agredido e violentado na carne desde a madrugada de Sexta-Feira.
Nosso Senhor a primeira coisa que faz é perdoar a todos nós.
Disse: “Pai perdoa-lhes eles não sabem o que fazem”
Isso já é motivo para o deboche, eles começam a dizer: “salva-te a nós”, “desce da cruz”, “se és o filho de Deus desce da cruz e salva-nos”, são tentações do diabo, durante todo o tempo ele salvou o homem, muitos não o quiseram, pra que Ele iria aparecer agora? Está fazendo o sacrífico para nos salvar mesmo, e para cumprir a vontade de seu Pai, todavia, o diabo não aceitava este grau de humildade, facilmente ele dominava muitos dali, sendo que o Santíssimo Jesus estava fazendo isso morrendo por todos nós pecadores.
O Senhor vê sua mãe com o seu discípulo amado e a entrega livremente.
Ele diz: “Senhora eis aí teu filho, filho eis aí tua mãe”, então ela cuida dela até a sua prisão, e sua assunção.
É um símbolo, ele só entrega sua Mãe Santíssima àqueles que mais ama, e nós que tentamos seguir a Cristo fazemos o papel de seus filhos. 
Mas a cena de deboche continua gravemente.
Um dos homens crucificados com Ele, começa a debochar dizendo que deveria sair da cruz e salvar a todos eles.
O outro já reconhece o seu erro, e mostra arrependimento e temor de Deus, a vida já está perdida, mas ele pede a Jesus, “lembra-te de mim”, esta oração é suficiente para obter a salvação, então o ladrão vira santo, no momento que a Santa Majestade diz: “em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso”. O consolo lhe vem ao coração, e o homem abaixa a cabeça na esperança de estar com Deus depois da morte.
Até no último instante também, podemos nos salvar por vontade de Jesus, basta-nos querer e nos arrependermos.
Bastar-nos-ia uma pequena oração com arrependimento para termos a salvação, um pequeno ato de contrição já nos leva ao céu. Nosso Senhor nos ama, é misericordioso está apto a nos perdoar, mas temos que nos arrepender de nossas faltas. Pecamos sempre. Por quê não rezamos sempre ou o amamos sempre?
Ali Nosso Senhor agoniza aos gritos da turba, tendo que ouvir mentiras e blasfêmias.
Quantas vezes diante do sofrimento falamos a mesma coisa, dizendo “nos tire a cruz ó Senhor”. O profeta Elias o fez, Jonas também, e outros profetas também cansados faziam, mas temos que pedir a Deus a força. Isso é o normal, infelizmente, de nossa fraqueza humana.
Entregue a Deus os seus defeitos para que ele o ajude! Tudo está por conta dele! Entregue-se ao Santíssimo Sacramento do Altar!
Mas Nosso Senhor reza: “Meu Deus, meu Deus por quê me abandonastes?” uma palavra do salmo, até na morte ele chama a Deus, o sofrimento é grande, a dor é profunda, dor até por aqueles que não se arrependeram, e mostra a limitação humana.  
Os juízes e doutores da lei esqueceram do Hebraico dizendo em tom e voz forte que estava chamando por Elias quando dizia Eli.
Ao mesmo passo, o dia começa a virar noite.
Raios e relâmpagos cortam o céu. Um milagre vai acontecer com a ressureição de muitos corpos. É um milagre estupendo. A cortina do templo vai se partir ao meio. Depois da partida de Nosso Senhor.
Deus não está satisfeito com esta situação, mesmo ordenando a salvação, chega próximo do fim dos tempos, por um instante, mas a ordem prevalece.
Nosso Senhor pede água, “tenho sede”, eles lhe dão um vinagre, ainda debocham mais dele. Nem água foi dada ao Mestre. Nada para aliviar o seu sofrimento. 
Outros dizem “vamos ver se Elias vai tirá-lo” debochando Dele, mesmo o céu estando escuro.
Nosso Senhor Jesus Cristo é fiel ao pai, permanece na cruz até o fim de sua vida.
“Tudo está consumado”, diz, tudo foi feito e está pronto, ou seja, ele obedeceu ao Pai em tudo até sua morte.
Então reza a última frase: “Pai em tuas mãos entrego meu espírito” (aqui seria bom um pensamento de amor e um pequeno pensar desse instante, ou uma genuflexão de cabeça), como homem ele entrega a sua alma a Deus, dando o modelo ao bom cristão que tem que entregar a sua alma na hora da morte...
Ele, abaixa a cabeça dá um pequeno grito, e falece, depois de grande sofrimento.
Aqueles doentes que morrem com doenças graves são também modelos de cruz, Nosso Senhor sempre está com Eles para ajuda-los em sua pesada tarefa até entregarem-se a Deus.
A morte de Nosso Senhor é pesada, é triste, a sua família lhe chora, como lhe chorou desde o início, e sua Alma vai para Deus, embora sua divindade sempre estivesse com Ele.
Vence ao demônio e perdoa os pecados todos em todos os tempos, naquele momento, vai ao Sheol e liberta as almas dos presos...
Assim Nosso Senhor se torna o maior herói do mundo, jamais superado, sempre lembrado, e será coroado como Rei do Universo.

Prática de oração: Um pai-nosso, uma ave-maria e um ato de contrição

Meditação: Pensar nas horas que Nosso Senhor passou na cruz, isso é muito grave, a Divina Majestade se passasse alguns segundos seria já pesado mas ele foi morto como um criminoso, injustamente, e horrivelmente, por causa de nosso pecado, pensar várias vezes, pensar em cada uma de suas palavras, o sofrimento e a dor, lembrar que fez isso para nos livrar da condenação e para que tivéssemos amizade com Ele. Nosso Senhor morreu por nossos pecados, nós não merecemos isso, fazer um ato de humildade. Pensar nesta cena 5 minutos ou mais.

O autor agradece a Nosso Senhor, e ao Santo Espírito pela inspiração dessas palavras, dadas para a glória de Deus Pai, e para o louvor de sua Mãe Santíssima, sendo pois o pior dos pecadores deixa o seu eterno agradecimento, como humilde servo que é da Santíssima Virgem e da Santíssima Trindade, pela honra de ter escrito estas breves palavras sem merecimento algum a não ser da Divina Majestade, do Divino Rei e da Divina Rainha, para o louvor e adoração do Santíssimo Mestre.  
Como dizia nosso pai espiritual Santo Inácio Ad Magiore gloria Deum!
Paz e Bem!

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