EM MEIO À CRISE DO CORONAVÍRUS A TEORIA NEOPATRIMONIALISTA DE ANTÔNIO LOPES DE SÁ SE SOBRELEVA MAIS UMA VEZ
Prof. Rodrigo
Antonio Chaves da Silva
Contador; da
escola do neopatrimonialismo
Temos
que valorizar a nossa terra e a nossa gente.
Infelizmente
o Brasil tem um histórico de ocultação de gênios, se assim não fosse as obras
de João Ribeiro, Alpheu Tersariol, Pontes de Miranda, Clóvis Beviláquia, Evaldo
Pauli, Miguel Reale, Mario Ferreira dos Santos, Carlos de Carvalho, Francisco
D`auria, Frederico Herrmann Júnior, seriam estudadas constantemente nos meios
universitários.
Estes
homens foram os gênios de nossa cultura nacional, verdadeiros heróis de nosso
conhecimento, titãs do saber, deuses da razão, ícones de inteligência, e
primores de sabedoria.
Mas
infelizmente isso não acontece muitas vezes. O valor destas grandes
personalidades em nosso solo. Destes que realmente souberam escrever com letras
de vida e sangue o ouro de nossa cultura, muitas vezes não temos nem a menção
no mundo universitário nacional... É lamentável.
Todavia,
com a crise do Coronavirus há que ressaltar a teoria do grande mestre Antonio Lopes de Sá, o maior escritor
de contabilidade de todos os tempos com mais de duzentos livros!
Ele
foi também indicado em 1994 para ser prêmio Nobel da economia, fator este
extraordinário.
A
sua teoria pode ser explicada de modo simples.
Um
breve histórico: depois da disputa sobre a autonomia da contabilidade em
Itália, vence em lógica a doutrina de Vincenzo
Masi que atribui à contabilidade o setor do estudo do fenômeno patrimonial ou
do patrimônio como um todo.
Assim
o mestre italiano busca centralizar suas análises em prol da autonomia
contábil, e do fato patrimonial.
Todavia,
mesmo assim, precisava de apontamentos tal teoria.
Apontamentos
então começaram a serem feitos pelo mestre de Sá, inicialmente no final da
década de 50 na sua teoria do equilíbrio,
depois na década de 70 na teoria da
rentabilidade, e no início dos anos 80 na sua teoria das funções sistemáticas.
O
seu vulgar de cultura, fizera então aperfeiçoar o estudo do fenômeno
patrimonial em três lógicas:
a)
Essencial
b)
Dimensional
c)
Ambiental
A
lógica essencial se refere à função do fenômeno em prol das necessidades
humanas e materiais, logo, a natureza de como sucede o fato.
A
dimensional como se expressa o fenômeno em causa, efeito, qualidade, quantidade
e valor, ou a sua expressão.
Mas
onde entra a teoria do mestre Sá, com a epidemia do Coronavírus? Na relação
ambiental. Esta se refere aos ambientes nos quais sucede o fenômeno
patrimonial, numa determinada dimensão.
Como
o mestre Masi quisera estudar o fenômeno patrimonial por si, faltou-lhe
considerar as causas desse fenômeno, nos ENTORNOS, de maneira que não saísse
dos estudos contábeis.
Antonio
Lopes de Sá consegue tal intento aperfeiçoando a sua teoria, considerando como causas agentes, aquelas de fora do
empreendimento, como as de dentro, AS
EXÓGENAS E ENDÓGENAS.
Claro
que jamais poderíamos fugir do fenômeno
patrimonial que se demonstrava na sua
natureza e na sua dimensão.
Todavia,
ele poderia existir independentemente da
administração, que seria um fator endógeno, vindo do externo, isto é, fator
exógeno.
Assim
os fenômenos patrimoniais passaram a ser estudados com as causas agentes, endógenas,
internas, e exógenas, externas, de maneira que avaliássemos as dimensões, os
entornos, os continentes, as procedências do fato.
Não
ESTUDAMOS EM SI, as causas agentes, o ambiente, a economia, a administração, os
seres humanos, MAS COMO ELES CAUSAM OS FENÔMENOS PATRIMONIAIS e estes fatos que
são os de nossa atenção.
Logo,
reconhecemos os fatos patrimoniais, não saímos da contabilidade, e não entramos
em outras ciências ou conhecimentos.
Assim,
na relação lógica ambiental analisamos muito bem a crise do CoronaVírus.
Ele
vem da natureza, isto é, do meio ambiente, de uma região, a China, de certos
fatores políticos e naturais.
Portanto,
é uma causa exógena que gera fatos patrimoniais fáceis de serem identificados.
Pelo
fato de haver a epidemia, os homens param de trabalhar, e na paralisação social
não teremos nem vendas, nem custos, nem salários, nem compras, nem caixa, nem
recebimento, nada, o patrimônio simplesmente para.
Por
quê isso acontece? Por causa do entorno
de fora. Dos fatores exógenos que
geram FENÔMENOS PATRIMONIAIS. Estes são de nossa atenção.
O
governo tentará subverter a situação negativa. Também é fator exógeno. A sua
influência vai gerar notadamente mais fenômenos patrimoniais, como outras
receitas mantendo o patrimônio.
Estas
condições são de fora, mas estudamos em si os fenômenos patrimoniais.
Ou
seja, nos interessará os fenômenos do patrimônio, todavia, causado por fatores
exógenos, natureza, política, governo, economia, etc.
Haverá
fenômenos com efeitos negativos como inadimplência, depreciação, riscos,
capital empatado, endividamentos, custos ociosos, custos ocultos, atividade
estagnada, falta de giro, falta de fluxo de caixa, perdas patrimoniais,
prejuízos entre outros.
A
causa não é administrativa, nem do homem, nem do trabalho humano, e nem do
próprio fenômeno, mas DE FORA, ou seja, de FATORES ambientais, políticos, e
sociais.
Somente
assim poderíamos avaliar e bem o fato, sem sair da contabilidade, sem entrarmos
na economia, ou na sociologia, ou no ambientalismo, mas focando na essência dos
nossos estudos.
A
sua teoria então explica como os fatos sucedem nas suas causas agentes, mas
focando no objeto essencial de nossos estudos.
No
caso, os governos darão empréstimos e dívidas às empresas, estas terão muitas
vezes receitas de outras empresas, haverá paralisação de custos e produção,
haverá inadimplência, inflação patrimonial, todos fenômenos que vieram de fora
para dentro, mas se caracterizaram como patrimoniais como fatores exógenos.
Esta
ótica mais holística e mais abrangente, favorece os estudos patrimoniais em
evolução, por isso sua doutrina foi chamada de NEOPATRIMONIALISMO.
É
reconhecida como uma obra-prima de nosso solo nacional, produzida por um
mineiro de Belo Horizonte, um homem simples, mas um grande estudioso, um
poliglota, um gênio, um erudito, cujo currículo invejam os mais poderosos, mas
cuja extensão agrada a nós seus discípulos que damos seguimento à sua doutrina.
Com
sua teoria explicamos dentro da contabilidade, com nível superior como os fatos
sucedem independentemente da administração, e como eles podem ser entendidos
dentro do raciocínio contábil, fazendo evoluir a ciência, e ainda fazendo-nos
tecer considerações sem destruir o nosso conhecimento.
Sua
teoria permitiu se chegar longe, e entender os fenômenos como nunca antes
poder-se-ia fazer.
É
uma teoria única, e temos o privilégio de tê-la nas mãos, de um dos grandes
patrícios, o que faz inveja aos medíocres, e admiração a muitos estrangeiros que
até hoje pensam como um homem chegou tão longe com a inteligência sendo tão
humilde e simples.
Louvemos
a Deus por nos enviar seres de tanta inteligência, entre eles o professor
Antonio Lopes de Sá.
Um
viva a Deus, à pátria, e ao grande mestre Antonio Lopes de Sá.
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