O PROFESSOR ARMANDO ALOE: O MAIOR EDITOR DA CONTABILIDADE DO BRASIL
Prof. Rodrigo Antonio Chaves da Silva
Da Escola Neopatrimoniailsta
Há pessoas que passam na ciência muito rápido,
mas são comparadas como aquele aroma inigualável, de odor inconfundível, cuja
premissa atrai os seres pelo seu alento precioso, cujo perfume imortal não para
de se sentir e agradar às mentes mais brilhantes, cuja notação deixa a sua
marca no decorrer dos decênios, e séculos.
Uma dessas personalidades, sem dúvida, foi o
professor Armando Aloe.
Paulista, Aloe era contador público, dedicando
alguns anos ao ministério de docência, o mestre escreveu mais de dez livros
sobre a contabilidade. Era um profissional exemplar. Presidente do Sindicato
dos Contabilistas num certo período. Mas grande editor de obras, artigos, e da
melhor revista que permaneceu no Brasil por mais de quarenta anos: a paulista de contabilidade.
Foi um dos primeiros, senão o primeiro do
Brasil a traduzir a obra de Luca
Pacioli.
Era um doutrinador nato, dominante de
praticamente todas as principais áreas da contabilidade.
Tinha um grande amigo, o prof. Francisco Valle,
o qual lhe foi co-autor e parceiro em vários livros e artigos.
Não era apenas uma amizade, mas uma
fraternidade.
O mestre paulista Armando, foi responsável
também por coletâneas, a qual convidava inúmeros grandes mestres para bem
compor estas obras. Autores estrangeiros. Era um ser dotado de amizades
máximas, de exímios intelectuais, cujas tertúlias não podemos olvidar jamais.
Aloe foi um dos que ajudou Lopes de Sá a se
projetar também no cenário nacional e internacional, indicando-o, auxiliando-o
em edições, especialmente na sua revista, e na Editora Atlas, além de outras
editoras.
O mestre paulista conheceu o mestre mineiro
pela leitura de seus artigos no mensário do contabilista, vindo a incentivá-lo
sempre mais.
Ele conhecia os grandes nomes, e as grandes
editoras, sabendo do talento do mestre Sá, no correio do contabilista, em Belo
Horizonte, escrevera a ele para que pudesse colaborar com a maior revista
científica que o Brasil já teve a REVISTA PAULISTA DE CONTABILIDADE.
O mestre Sá aceitou o convite, e depois de ter
lançado seu primeiro livro “Lineamentos da Contabilidade geral” (1951), dois
anos adiante, lançou a obra “Filosofia da Contabilidade” (1953). Aloe era tão
amigo do mestre que assinou o prefácio desta última grande obra.
Foi Aloe e Sá que recuperaram a empresa Atlas,
visto que ela já havia fechado duas vezes antes da década de 50; eles concediam seus direitos autorais
para aumentar suas ações. Infelizmente depois do passamento, Aloe não fora
reeditado na mesma editora, e o mestre Sá, lá com alguns livros ainda. As
reedições dos dois mestres seriam, pois, muito vendidas se lançadas hoje. Sem
contar que ambos eram os maiores vendedores de volumes de contabilidade do
país.
Na década de 60 e 70, os mais vendidos eram os
dois: Aloe e Sá. O mestre Sá tinha no seu doutorado alcançado a marca de 50
livros, era o mais conhecido cientista de todos os tempos já da história do
país. O segundo maior era Aloe, com fama internacional. Hilário Franco vinha em
terceiro lugar. Mas lógico que Aloe era o que projetara mais o nome dos dois
mestres. Era o editor de ambos.
Fantástica são suas colocações, fazendo-nos
entender que o mestre paulista tinha uma envergadura teórica muito grande.
Reuniu o prof. Armando diversos grandes
teóricos, entre eles: Francisco Valle, Hilário Franco, Erymá Carneiro, Antônio
Lopes de Sá, José Amado do Nascimento, Sérgio de Iudicibus, Adauto de Souza
Castro, entre outros no Brasil, no exterior (Portugal) Martim Noel Monteiro,
Rogério Fernandes Ferreira, Vincenzo Masi(Italia), Fernandez Pirla e Manuel
Bouzada (Espanha).
Ele sabia que na época, o maior ícone da
contabilidade mundial, era o professor Vincenzo Masi. Ele ajuntou vários
artigos do mestre. Fazia ele mesmo com Valle as traduções para português, do
espanhol e italiano. Aloe era fluente nos dois idiomas. Era um homem de vasta
cultura.
A sua linha editorial tinha uma missão: reunir
todas as ideias e todas as pessoas em prol da contabilidade. Hoje isso no
Brasil não existe. Há preconceito e dogmatismo nas linhas editoriais. Monopólio
universitário e estatal. Se impede que autores regionais, ou mesmo das menores
faculdades se possam colocar suas obras nas grades oficiais dos cursos. O que
se exige é só uma repetição daqueles autores do governo que são considerados os
“maiores” do país, porque não se permitem outros para competir, porque eles mesmos
não deixam, devido à grade oficial do sistema público. Ou seja, eles são
maiores porque só há eles, por escolhas políticas. É proibida a livre escolha
dos autores. O que prejudica o giro das ideias e das vertentes. E o aumento da
eleição de autores, além da liberdade de se poder escolher a grade incluindo
mais autores.
Na revista que guiou por quase quarenta anos,
abria a porta para todos os artigos de qualidade. E era simples ser editado:
bastaria o artigo ter três laudas, estar com as ideias em sintonia, o português
escorreito, seria ele publicado, vindo de qualquer contabilista e com qualquer
pensamento. Era um edição liberal e científica, sem normas excessivas, sem burocracia,
e sem religionismos partidários.
Inclusive, os contadores do interior tinha voz
e vez na sua revista, a se citar o querido amigo e conterrâneo Sr. José Leal,
que publicou nesta insigne revista, e nos mostrou pessoalmente as cartas que
Aloe redigira a ele.
O mestre Aloe era um amante da língua e doutrina
italiana, tendo uma visão eclética, construiu uma doutrina de contabilidade
geral, todavia, sem direcionar para algum lado, mas para todos os pontos de
vista. Mas era um lógico também. Um patrimonialista. Parecia ser mais
aziendalista, mas a lógica do patrimonialismo lhe fazia admitir a estrutura,
fazendo-nos afirmar que respeitava a doutrina aziendalista mas não tinha como
fugir do patrimonialismo.
Aloe resolvera ser celibatário para manter sua
família, em especial sua mãe. Devoto ao sacerdócio doméstico e maternal, ofereceu
sua vida para sua família, e para manter sua casa. Era um adorador do lar.
Tinha hábitos fortes e de muita disciplina, era
contador do tesouro de São Paulo, por tal o seu domínio no setor público. O que
fez escrever uma obra também sobre tal assunto.
Não fez uma teoria mas tinha um nível teórico
muito avantajado, bastaria lermos sua carta a Hilário Franco na qual lhe dá uma
aula, mostrando o seu domínio da doutrina maior da teoria contábil que é a
italiana.
Aloe falece em 1981 fazendo ser noticiado nas
maiores mídias contábeis do mundo (Portugal, Espanha e Itália), o maior editor
da contabilidade brasileira nos deixa com um legado, não apenas de obras
próprias mas de contribuição a todos os amigos e teóricos da contabilidade,
fazendo-os reunir na revista mais vendida do Brasil em todos os tempos.
Seus livros tinham que ser lidos e estudados
nas especializações e cursos de mestrado e doutorado no Brasil, mas como nós
brasileiros temos a memória muito curta... Por isso que nós estamos no primeiro
lugar dos últimos.
Eis a escala das obras do grande mestre, que
temos com muito apreço alguns números em nossa modesta biblioteca:
Escritas sozinho
1)
Prática de Escritório e Escrituração Mercantil
2)
Contabilidade Geral
3)
Contabilidade Pública
Com Francisco Valle
4)
Contabilidade Agrícola
5)
Contabilidade Industrial
6)
Contabilidade Comercial
7)
Frà Luca Pacioli e seu Tratado de Escrituração de Contas
8)
Elementos Básicos de Contabilidade
Com mais autores
9)
Noções Gerais de Comércio
10)
Planos Contábeis para Empresas Diversas (5 volumes)
11)
Contabilidade Bancária
É uma obra vasta e invejável. E bem completa.
Poucos autores nacionais escreveram obra tão esgotadora de assuntos, em tantos
setores e aplicações de nossos estudos. Conhecia e dominava praticamente todas
as áreas contábeis. Mesmo no campo público de sua especialidade, gozava de
conhecimento gigante nos campos privados. Portanto, seu domínio da
contabilidade geral e aplicada é muito forte.
De Aloe vemos que havia um conjunto de
capacidade aplicativa da contabilidade, junto com peripécia técnica em ajuntar
grandes amigos em torno dos estudos contábeis, portanto, sabia reunir e gozar
da amizade para compor uma equipe que pudesse colaborar, e nas parcerias grandes
frutos plantar e não apenas colher, para que outros frutos pudessem transcender
no trabalho em conjunto em prol desta ciência.
Portanto, é um autor que reúne grande qualidade
própria, tal qual espírito de equipe, soube ajuntar um colégio de plêiade, um
corifeu bem dotado, para que pudesse amontar volumes esplendorosos e
estonteantes para a nossa contabilidade nacional.
É dele o espírito grupal, o trabalho em
conjunto, e a qualidade doutrinária, reunindo a escola patrimonialista de
diversos modos, seja editando, seja promovendo os seus portentosos talentos.
Em 1980 tinha obras suas que estavam em 13
edições, por isso o seu grande volume vendido e absorvido pelo público, que
ávido dos seus conhecimentos, não cansava de comprar seus livros e renovar sua
biblioteca.
Era um
talento na venda de livros, pela sua perspicácia e grande talento, primaz na
escrita contábil tão profícua a nossos colegas, e alunos da época sua e dos
nossos dias, pois, modernos são os conteúdos de seus livros. Perfilava e tinha prosélitos
em seus trabalhos intelectuais. Imortais são os seus lançamentos em conteúdo e
extensão, formando um diário perfeito dos fenômenos patrimoniais de seus nobres
conhecimentos.
Por isso nós o consideramos como O GRANDE
EDITOR DE CONTABILIDADE, DA HISTÓRIA DO BRASIL!
Não há dúvidas disso! As provas são mais que
morais e todas incontestes! Aqui está claríssimo isto!
Armando Aloe, grande apóstolo da contabilidade,
rogai por nós no berço de Deus!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBoa noite caro professor, adquirir uma dos seus livros titulado: gestão empresarial, guia prático para empresários e administradores, porém na página 56 do mesmo, na parte de cálculo, não entendi bem, pois surgiu um número 1,57 no qual não foi apresentado nós cálculos anteriores, gostaria de saber a sua origem para perfeito entendimento, agradeço muito se responder por email: vinisilva55@gmail.com grato.
ResponderExcluirBoa noite caro professor, adquirir uma dos seus livros titulado: gestão empresarial, guia prático para empresários e administradores, porém na página 56 do mesmo, na parte de cálculo, não entendi bem, pois surgiu um número 1,57 no qual não foi apresentado nós cálculos anteriores, gostaria de saber a sua origem para perfeito entendimento, agradeço muito se responder por email: vinisilva55@gmail.com grato.
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