OS MEUS ANOS


Prof. Rodrigo Antonio Chaves da Silva 


Não me pergunte
Não questiones nada para mim
Sobre o que é a vida
Eu não sei
Apenas vivo
Muitos fatos do cotidiano
Passam desapercebido
Na nossa lida
Eu não posso saber
O que não é possível conhecer
Totalmente
Eu apenas vivo


Isso gera um tipo de frustração
Um caos deprimente
Como o homem sabe
Algo que não é seu?
E possui ao mesmo tempo?
As coisas simples sabemos
Mas e a vida?
Sequer razoavelmente entendemos
Como podemos entender o infinito
Ou aquilo que é dado por Deus?
Não se pode saber
Apenas viver
Sei que vivo
Quanto tempo não sei
Sei que existo
Para algo muito além
Do que posso pensar
Se eu quisesse
Não poderia existir
Se eu tivesse algum poder
Não poderia legar
O que tenho hoje


É deprimente
Quer que o homem ao menos tente
Saber o que seja equivalente
À sua vida
Algo que tem mas não é seu
Algo que pertence a Alguém maior que nós
Somente ao Pai criador
Ao verdadeiro Deus
Nada se compara
Com o talento
Com o feminino dela
Por muitos desapercebida
Que outrora não havia
Não mais que um além
Hoje perfila concreta
Faz um “eu” ou um “nós”
Cria um “alguém”
Mas isso vem de uma pessoa
Personalidade outra


Todos somos um sopro
Uma folha seca
Que no mero ventar
No passar do ar
Se transforma num vai e vem
Sem fim
Mas acaba!
Será que alguém
Teria ideia
Do que foi o idear
Que passava por mim?
Nem eu sei
Então não me pergunte
Aquilo que não está no meu alcance
Pergunte as coisas simples
Não as coisas de antes
Do primeiro princípio
Que em potência
Antes de tudo tivesse existido
Já nos concebeu na mente


O homem jamais entenderá
Nem perto passará
Do mero imaginar
De um pequeno tentar
Do buscar eloquente
O que é a vida?
Nada e tudo
É apenas o que eu vivo
Na alegria ou na tristeza
Na frustração ou na pobreza
A mim não interessa
Não sei o que é inteiramente
Apenas vivo
E isso para mim
É mais que suficiente


Pergunte a alguém
Que saiba ensinar
Mas ele jamais saberá explicar
Totalmente
É um tanto deprimente
Isso não posso negar
O que posso explicitar
De algo que nem em pensamento
Eu possa dominar?


O que é a vida?
Não sei dizer
Mas ela é muitas coisas
Não sei o porquê
Apenas existo
Se eu existo eu penso
Se eu penso é porque tenho
Algo que não pertence a mim
A vida é assim
Ela não nos pertence
Ela foi dada
Por alguém maior que nós
Pela verdadeira vida
Pois se temos vida
Ele é a vida
Que para muitos infelizmente
No flagelo atroz
Não acreditam
A burrice almeja
Os corações orgulhosos
De tontices esplendorosas  
De miradas contenciosas 
De pensar muito preguiçosos
Não querem o simples enxergar
Mas não sabem a realidade
Que a vida benta
Lhe foi dada também
Será que existe alguém
Que possa disto discordar?


Então não me perguntem
O que não possa explanar
O que é a vida?
Não sei, apenas vivo
No perigo ou na paz
A vida é um substantivo
Que de muitos desatinos
Muito prazer nos traz


A vida não é minha
Eu não domino ela
Não sei o tempo
Ou o amanhã que me resta
Apenas digo
Que ela veio do criador
Ele é Senhor
E dono de todas as coisas
Dera a vida
A quem lhe apraz
Quantos poderiam e não podem
Quantos às vezes poderiam estar
Mas não estão
De milhares de bilhões
Você é um ser escolhido
Você é um aluvião
Quer seja de coisas pequenas ou grandes
Disso saiba
Ninguém tem na vida
Por mínima que seja
Sequer a pequena dimensão


Não importa
A vida é uma sabedoria
Que nos guia em linhas retas
Mas também nas linhas tortas
Que orienta os ignorantes
Portanto, não me perguntes
O que não sei explicar
Esse fato não é meu
Não consigo dominar
Esse fato é de Deus
Amor e eterno Senhor
Que só a pode interpretar
Fazer e criar
As coisas do nada
Ou da sua palavra
Que é eterna


Então meus anos
Nunca os tive
Eles não são meus
Eles pertencem ao tempo
Criado por Deus
Ou talvez à eternidade
Pois tudo na verdade
Se contém dentro Dele
Não posso entender
Inteiramente
Mas sei
Não posso explicar
Mas sinto
Os anos que passados foram
Já os perdi
Quantos me restam?
Não sei
Hoje completo
Apenas trinta e seis
Será amanhã
Que prestarei contas?
Será quando?
A luz dos meus olhos
Verá a derrota?
Que meus olhos lânguidos
Implorarão misericórdia?


Penso nisto todos os dias
O fim da vida é a morte
A morte é passagem
Mas quem passa nela
Ou tem a sua sorte
Sofre muito
Um doloroso golpe
Nascer e morrer
São os dois extremos
Da mesma moeda
Tem que gente que vive
Mas não pensa nisso
Pensa em coisas banais
E fazem da verdadeira vida
Uma autêntica quimera 


O princípio da vida
É a morte também
O que será
Ou teremos alguém
Que possa ignorar estas coisas?
Portanto, não me perguntem
O que não sei totalmente
Explicar
A vida há de muito nos ensinar
Quem muito vive
Ainda aprender-se-á
O que é a vida
Mas nunca poderia
Perfeitamente ensinar



Não me perguntem o que não é meu
Não me perguntem o que não sei
Embora saiba um pouco
Sei como todos sabem
O que é a vida
O mesmo que nada
Embora seja tudo para nós
Não domino
Sei o mínimo
Do que se poderia saber
Sei muito menos que todos
Ou igual a muitos
Que o talento profundo
Da vida
É simplesmente viver
E aquele que sabe
Realmente
Que criou este dom
Abençoado e encomizante
Que saberá um dia
Depois das prestações de contas
Dos atos de nossa vida
Realmente nos fazer entender


A Ele, somente a Ele
Que devemos todos os dias
Pela vida
Pelos anos que não são nossos
E pela vida que não entendemos
Pelos dias de sofrimento
E pelos dias gloriosos 
Apenas dizer
Louvando-O e adorando-O
Ou rezando baixinho 
Num mínimo que fizer 
Humildemente em nossa pequenez
Ou nossa pequena vida 
Que diante da eternidade
nada é
Sempre lhe agradecer!  

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