CONSIDERAÇÕES SOBRE O CUSTO UNITÁRIO DA PRODUÇÃO


Prof. Rodrigo Antonio Chaves da Silva
Membro da escola do neopatrimonialismo

A contabilidade geral se divide em diversas outras aplicações, uma delas é a de custo ou da produção. Temos mais tipos de contabilidade como a contabilidade industrial, de serviços, bancária, comercial, pecuária, agrícola, ambiental, pública, governamental, associativa, etc., todavia, para nosso fim de limitação tratar ou trabalhar a contabilidade de produção, e a de custos já transparece de bom tamanho.
Recentemente fizemos uma singela colaboração com a contabilidade da produção, favorecendo a um preenchimento da falta de tratamento sobre este tipo de análise, muitas vezes esquecido, mas que chamamos também de “gestão da produção”.

Uma das bases da contabilidade de produção e a de custos é a verificação do custo unitário.
Não interessa quanto se produza, se vamos tecer considerações sobre os custos gerais variáveis, em relação a uma determinada quantidade produzida, o custo unitário sempre será o mesmo.
Isso se ostenta numa linguagem geral.
Exemplifiquemos com um caso prático e real, no qual temos os seguintes custos gerais que contarão no custo unitário:
Tabela 1: Custos variáveis de uma determinada indústria.
Custos variáveis
Valores
Compra de embalagem
1.000,00
Compra de materiais
60.000,00
Compra de matéria-secundária
15.000,00
Descontos concedidos
2.800,00
Café e Lanches
6.000,00
Mão-de-obra direta
50.000,00
Valores
134.800,00
Fonte: Elaboração própria.


Aqui temos, pois, os custos gerais classificados numa indústria. Especialmente os variáveis que nos interessam mais.
O primeiro passo para se calcular um custo unitário é saber quais são os tipos de custos, e entender bem o volume da produção, ou o tipo de atividade, para se proceder aos custos fixos e variáveis.
Esta parte é a mais perigosa pois se não se souber classificar bem os custos, a análise praticamente não terá o seu efeito.
Um erro na classificação, leva a um erro na análise e consequentemente no diagnóstico da produção.
Poderíamos fazer muito mais coisa só com esta informação, todavia, vamos mensurar o custo unitário, considerando que ele poderá ser menor conforme o relatório de produção.
O relatório que nos foi transmitido na época era este:
Tabela 2: Relatório de produção.
Produtos
Unidades
A
25.000
B
17.000
C
14.000
D
12.500
E
75.000
Total
143.500

Sabemos que o total de unidades é de 143.500 dos cinco produtos.
Para sabermos o custo unitário é muito simples nos bastaria fazer a seguinte divisão:
Quociente de custo unitário
Custo variável
Unidades produzidas

Então com tais informações de custo variável e unidades produzidas fica muito simples calcular o custo geral unitário:
Custo unitário: 134.800,00 ¸ 143.500 = R$ 0,94

Cada unidade custa no total cerca de R$ 0,94. Aqui encontramos o custo unitário mas e o custo de cada produto? Será em tese esta mesma média de R$ 0,94 considerando, pois, a situação do empreendimento na própria visão total de produção. Aqui podemos provar, primeiro numa participação simples:
Tabela 3: Participação da produção.
Produtos
Unidades
% participação
A
25.000
17,42%
B
17.000
11,85%
C
14.000
9,76%
D
12.500
8,71%
E
75.000
52,26%
Total
143.500
100,00%
Fonte: Elaboração própria.

 Aqui a participação percentual se obtém de modo simples, a relação de cada unidade no total vezes 100, logo no primeiro exemplo vemos que 25.000 representa em 143.500 unidades cerca de 17,42% que é o produto A, depois 17.000 representa 11,85% do total no produto B, e assim por diante.
Por esta mesma proporção podemos distribuir os custos variáveis, para sabermos como se distribuir os custos gerais variáveis:
Tabela 4: Participação dos custos variáveis conforme a estrutura da produção.
Produtos
Unidades
% participação
Participação do custo
A
25.000
17,42%
23.484,32
B
17.000
11,85%
15.969,34
C
14.000
9,76%
13.151,22
D
12.500
8,71%
11.742,16
E
75.000
52,26%
70.452,96
Total
143.500
100,00%
134.800,00
Fonte: elaboração própria.

Por fim se dividirmos este valor distribuído pelo número de unidades daria os mesmos R$ 0,94 que seria a média do custo unitário, vejamos:
Tabela 5: Custo unitário depois do rateio e distribuição.
Produtos
Rateio do custo
Unidades
Custo unitário (divisão da coluna de rateio pelas unidades)
A
23.484,32
25.000
0,94
B
15.969,34
17.000
0,94
C
13.151,22
14.000
0,94
D
11.742,16
12.500
0,94
E
70.452,96
75.000
0,94
Total
134.800,00
143.500
0,94
Fonte: Elaboração própria.

Aqui o custo será o mesmo tanto, pois, se considera nele a proporção do rateio distribuído. Jogar o custo unitário conforme a proporção não resolveria o problema do custo geral nesta distribuição, porque o custo constante e médio é o de R$ 0,94. Portanto este é o custo unitário.
A lei geral do custo unitário se sustenta, ou seja, o custo geral unitário será o mesmo considerando os valores totais com as unidades totais, e resultará constante considerando as distribuições de custos variáveis com as respectivas unidades.
Portanto, há outros modos de vermos os custos, uma delas é pela concentração e a outra é apropriando esta com o custo unitário médio caso a empresa queria trabalhar com esta mesma média encontrada  de R$ 0,94.
Mas a base fundamental para a contabilidade de produção é a identificação do custo médio sem dúvida alguma, sendo um dos pontos iniciais da gestão e análise de custos e produção.

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